Um respiro na Copa do Mundo para uma dica super-bacana para quem gosta de pesquisas / inteligência de mercado: no site do Ibope há uma área com diversos estudos abertos ao público, desde que autorizados pelo contratante da pesquisa. Fora os tradicionais de mídia e de pesquisas eleitorais, os mais interessantes mesmo são os voltados ao consumo, desenvolvidos pelo IBOPE inteligência, uma das unidades de negócio da companhia. Não há nada muito recente ou, aparentemente, de muita sensibilidade estratégica para os investidores desses levantamentos mas, mesmo assim, vale a pena conferir alguns desses trabalhos, seja para reforçar os principais conceitos de estrutura de uma pesquisa (metodologia, natureza, fonte, meios, ferramentas, amostragem, análises, conclusões, etc.) ou para, simplesmente, ter acesso à alguns dados bem curiosos.
No meu rápido exercício, só para testar, coloquei no filtro geral o termo "Nestlé" (pode-se filtrar ainda por tema, assunto, local e ano) e vieram dois estudos na minha tela: um de 2011 e outro de 2007. No primeiro, uma abordagem junto aos leitores da Revista Seleções (!?!?) visando identificar - e avaliar a evolução - os patamares de confiança das principais marcas por categoria de produto ou serviço. Usando a web como plataforma / estratégia para a coleta dos dados e um cuidadoso desenho de amostragem, o instituto chegou à análises interessantes. Numa rápida olhada, me impressionou mesmo a queda absurda do cereal matinal Kellogg's (incríveis 18 p.p em um intervalo de apenas 4 anos). Tudo bem, o universo é restrito, a amostra é pequena versus os demais potenciais consumidores, mas....
Obviamente, não sabemos as implicações de estudos desse tipo, no entanto, certamente serviu de base para alguns bons argumentos e abordagens utilizados pelo pessoal de vendas publicitárias da revista. O exemplo é quase banal, sim, mas além dos motivos já expostos acima, mostra-nos como a internet é rica como fonte para pesquisas (gratuitas e mais ágeis), não importa que por meio de iniciativas específicas e bacanas como essa do Ibope (e dos seus clientes) ou por outras mais genéricas proporcionadas pelas redes sociais, blogs, portais, sites, etc. Também encontrei no site do Ibope outros exemplos tão interessantes quanto diversos, como um estudo sobre a influência do merchandising nos shopping centers, as marcas preferidas pelos universitários e os hábitos e atitudes no uso de celulares. Mas o fato é que temos um mundo de dados e informações a pouquíssimos cliques. Muita coisa já foi feita por outros e não nos damos conta. É só ter consciência e disposição. Não é remédio para todos os males, claro, mas deve ser considerada sim como fonte auxiliar e complementar às demais possibilidades de pesquisa.
Abaixo o link para acesso ao sistema de filtros para as pesquisas públicas no site do IBOPE: