Sigo o Marcelo Rubens Paiva no twitter. Outro dia, um pouco antes do Natal, ele dedicou um link para dar dicas de livros/autores que ele considera bacanas para ler nas férias (não só nas férias, claro, era só um pretexto). Coincidentemente, eu estava terminando de ler "Serena" de Ian McEwan, um aclamado escritor inglês (vivo), que ele havia indicado. Mas o fato é que me surgiu a ideia de listar alguns livros de branding, marketing e cenário, que contribuíram para o meu desenvolvimento nesses temas (ainda muito longe do ponto ideal). Obviamente, sem a pretensão de ser referência de dicas bibliográficas nos assuntos (como Paiva o é), seguem quinze humildes sugestões:
1 - As Pequenas Grandes Coisas (Tom Peters): das 81 dicas que destaquei da obra, a que eu mais gostei: "o único supera o melhor". Mas as outras 80 (garanto) são tão inspiradoras quanto.
2 - Steve Jobs (Walter Isaacson): OK, é uma biografia autorizada. Mas creia: há muita autenticidade nela. O lado imbecil (principalmente no lidar com as pessoas) e os tombos na carreira do Jobs são bem destacados. Mas, como aula de branding e marketing de produtos, é o melhor que já li.
3 - O Futuro da Administração (Gary Hammel): interessante pelo questionamento inteligente (e bem embasado) aos dogmas tradicionais da gestão. Liderança democrática e autonomia com responsabilidade são a chave para tornar uma empresa única e "inimitável". Um clássico para aspirantes à gestores modernos.
4 - Relevância de Marca (David Aaaker): referência em branding, Aaaker defende o conceito de desenvolvimento novas categorias de produtos (e criação de barreiras à concorrência) como "mantra" da gestão estratégica moderna. É bem equilibrado entre exemplos de diversos segmentos de mercado com proposta de metodologia de implementação. Ótimo, mas um tanto "denso".
5 - Brandsense (Martin Lindstrom): já falei desse livro aqui no blog. Bem leve e agradável, mostra como as 5 faixas sensoriais dos seres humanos podem ser bem exploradas pelas marcas. Chamou-me a atenção o potencial desse conceito também para o varejo. Superou minhas expectativas.
6 - A Origem das Marcas (Al Ries e Laura Ries): Al é o craque do posicionamento de marcas. Nessa obra, ele faz uma analogia da gestão de marcas com a teoria da evolução das espécies de Darwin, e defende o conceito de "divergência". Em linhas gerais, você deverá concordar com ele (assim como eu), apenas achei uma bola fora a análise que Ries faz sobre a categoria "smartphones". Mas vale conferir.
7 - Foco DO Cliente (José Carlos Teixeira Moreira): finalmente, um livro brazuca. Para quem trabalha no marketing B2B, é um prato cheio. O autor prega uma proximidade maior com o cliente, estimulando o vendedor a se colocar no papel dele (cliente). Só assim será possível desenvolver ofertas diferenciadas e, portanto, vantagens competitivas duradouras. Apesar de poucos exemplos, o conceito é ótimo.
8 - O Cérebro Criativo (Shelley Carson): com este livro fiquei empolgado ao entender que a criatividade está ao alcance de todos (e não só o carinha-de-criação-com-8-tatuagens-e-brinquinho-e-cabelo-com-topete-até-os-olhos tem esse privilégio). Carson mostra os 7 estados de ativação cerebral que estimulam a criatividade. É só ter disciplina e boa-vontade.
9 - O Futuro do Poder (Joseph S.Nye Jr): livro sobre cenário. A lição aqui é que o poder sempre depende do contexto e que nem sempre ele emana do poderio militar ou econômico. É preciso conquistar corações e mentes (o que ele chama de poder brando). Obviamente, é possível fazer uma analogia com as marcas.
10 - Os Limites do Possível (André Lara Resende): outro livro brazuca, também sobre cenário, é uma coletânea de artigos do autor. Bate forte contra a desigualdade e a favor do respeito aos limites naturais do planeta, por meio de uma governança "supra-nacional". Em outras palavras, o mundo ficando cada vez menos tolerante com business a qualquer custo.
11 - Posicionamento - a batalha por sua mente (Al Ries / Jack Trout): quase auto-explicativo, esse é obrigatório para qualquer aspirante a trabalhar com marketing. Sem mais.
12 - Socialnomics (Erik Qualman): mostra os princípios e o potencial de navegação de uma marca nas mídias sociais (Qualman é o papa do assunto). Em resumo, nessa nova arena é fundamental ouvir, engajar, interagir e reagir a potenciais (e atuais) necessidades dos clientes. Mas, não se iluda: bons produtos e serviços continuam sendo os mais importantes.
13 - Felicidade S.A (Alexandre Teixeira): o autor mostra a importância de ambientes onde reinam estruturas menos rígidas, mais integradoras, nos quais desafios coerentes com competências, feedback constantes, inteligência emocional e meritocracia fazem a diferença para atrair e reter talentos. Em suma, o significado é a nova moeda.
14 - O Poder dos Quietos (Susan Cain): fiquei mais tranquilo ao tomar consciência da importância do rico mundo interno dos introspectivos, e o quanto eles podem ser cruciais (dependendo do contexto) em cargos de liderança, inclusive. Shows de palco, toneladas de sorrisos e bate-papo incansável nem sempre significam sucesso e produtividade. Ótimo livro.
15 - O Estrategista (Cynthia Montgomery): departamentos, processos e rígidos planos de ação girando em torno de uma proposta de valor diferenciada da marca. Gostei muito do case da Gucci.
Para não dizer que tudo são flores, um que eu detestei pela sua incapacidade genuína de acrescentar algo de novo (e relevante) e, principalmente, por ser terrivelmente mal escrito: Marketing Trends 2011 (Francisco Alberto MADIA de Souza). Que não se perca pelo nome...