Mas o ponto é: a menos que entre as recompensas esteja um terno top de linha nível Zegna ou uma bolsa top de linha nível Louis Vuitton (que fique claro que não conheço as credenciais da Desigual), o que passa na cabeça de um ser humano ficar horas numa fila de sunga ou biquíni, em pleno inverno europeu, para aproveitar uma promoção de loja de roupas? Batendo papo e sorrindo, prontos para serem vistos pelo mundo inteiro.
À princípio, quando li a manchete da notícia, já estava pronto para criticar. Uma apelação, pensei. Mas, lendo o texto completo e analisando melhor o caso, acho que foi uma boa sacada. O perigo é a linha entre a criatividade e a diversão, a apelação e o mau gosto. É muito tênue. Todo cuidado é pouco porque é a imagem da marca que está em jogo. Uma dosagem errada e pronto: muitos anos de construção da marca podem ir para o ralo por meio de uma ambição desmedida do marketing / agência.
Neste caso, entendo que não descambou para a apelação (mas faltou pouco). Foi ao mesmo tempo divertida e desafiante. E parece-me que bem comunicada. Pipocou nas mídias sociais. Acho que muitos que não conheciam a marca (como eu), passaram a conhecê-la. Só espero que a loja não tenha frustrado nenhum dos malucos masoquistas, faltando produtos. Aí, seria o fim.
Mas a questão continua: o que passa na cabeça desse povo? Com a palavra, os observadores mais atentos do complexo comportamento humano.