Quando li essa matéria, lembrei imediatamente de um movimento silencioso (e crescente) na sociedade que busca fontes mais seguras para compreender o sentido da vida, a busca pela autenticidade, o valor do tempo e da saúde, a necessidade de relacionamentos mais profundos e sinceros, o estar simplesmente mais próximo (literalmente) das pessoas, o desenvolvimento de diálogos "cara-a-cara" mais preciosos , o não ter vergonha de si mesmo(a), o entendimento do poder da confiança e das amizades, o questionamento dos valores da vida moderna, o ser menos egoísta, e por aí vai. Enfim, a busca pelo real, natural e pela essência nas atitudes de pessoas e das instituições. É meio que um contra-ponto necessário ao "fútil-descartável-superficial" que representa uma vida pautada pelas redes sociais na Internet. Não que isso seja de todo ruim. Às vezes precisamos de um pouco de tudo isso também. Também já li defesas (técnicas) de que as pessoas, vez por outra, buscam referências positivas no passado, especialmente na infância. "Uma espécie de nostalgia-saudosista". Um coisa meio automática, sem muita consciência. Que bom! É fundamental buscar o equilíbrio.
As inovações em tecnologia da informação e em comunicação, os novos paradigmas de moda, corpo, cultura e poder estão aí para nos servir com cuidado, com moderação. Não podemos nos tornar escravos deles. E as marcas com isso? Precisam entender e monitorar esses fenômenos silenciosos e oferecer oportunidades de alívio para nós, pobres mortais seres humanos (humanos que parecem às vezes desenvolver algum tipo de "anticorpos" natural e inconsciente para o que é exagerado). Em serviços de educação já existe, inclusive, um novo campo sendo explorado por marcas como a Escola São Paulo, a Casa Neo10, a Casa do Núcleo e a Casa do Saber. Todas em São Paulo, buscando suprir essas necessidades mais abstratas e subjetivas das pessoas. No campo dos produtos, eu destacaria a revitalização da Granado, a volta do chocolate Lollo da Nestlé, a recuperação das cervejas artesanais e algumas ações pontuais e bem bacanas da Brastemp. Mas, afinal, esse movimento veio para ficar? Não sei. É cada vez mais difícil prever movimentos com exatidão, principalmente no médio e longo prazos. Apesar de essas tentativas serem válidas e necessárias, amanhã o mundo pode acordar com uma nova tecnologia "arrasa-quarteirão", com a explosão de uma guerra, atentado ou bolha especulativa, com o surgimento de novas categorias ou categorias atuais caírem em desuso, players que antes nem coçavam e agora entram no seu terreno, e assim vai, mudando rápida e completamente o cenário do jogo (como será o mercado de energia com as recentes descobertas do xisto americano???).
O mais importante a meu ver é aprender a pensar. Desenvolver a capacidade de detectar com antecedência movimentos sociais, desejos implícitos ou incômodos nas pessoas que possam, de alguma maneira, serem abastecidos com produtos ou serviços inovadores. E sem alterar o DNA da marca, claro. O efeito surpresa e o pioneirismo ajudarão na conquista de vantagens competitivas duradouras. Obviamente, esse exercício não é fácil e não deveria ficar restrito somente aos executivos de marketing ou pesquisadores de mercado. Inovação aberta e democracia ajudam tornar a empresa ágil, surpreendente e motivante para todos os seus stakeholders.
Abaixo o link da matéria por meio da qual eu lembrei dessa tendência e me fez escrever este post. A marca é a American Eagle (lingerie) e gostei muito do seu mote de campanha: "É tempo de pensar no real. É hora de ser real. Sem modelos. Sem retoque. Porque você verdadeira, é sexy."
http://www.meioemensagem.com.br/home/comunicacao/noticias/2014/01/21/Mulher-sem-retoque-tambem-e-sexy.html?utm_campaign=mulher_retoque&utm_source=twitter&utm_medium=twitter