segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Os Limites do Possível

Ontem terminei de ler “Os Limites do Possível” de André Lara Resende. Apesar de alguns largos trechos bastante técnicos – que para um não-economista soa um exercício difícil – me trouxe um certo conforto a uma antiga percepção que vem crescendo proporcionalmente a minha maturidade: por que devemos (economia) crescer indefinidamente? Cresci ouvindo essa história e confesso que assumi-la sem pensar muito a respeito. Tem que crescer e ponto. Quanto mais crescer melhor. Mas, e se não for possível? E se for possível menos do que esperávamos? E se as nossas premissas não estiverem precisas? Tem um limite ao crescimento? E, se não crescermos, será o fim do mundo? O paradoxo é que, justamente, se buscarmos incessantemente o crescimento, poderemos chegar ao fim do mundo sim. Fim do mundo no sentido do esgotamento dos recursos naturais e das condições minimamente aceitáveis para o homem viver de forma saudável sobre a Terra. Enfim, Resende não menos respostas e mais provocações. Como ele mesmo afirma: “A verdadeira reflexão jamais será capaz de nos dar uma certeza”. E até que ponto o crescimento tem uma correlação mais direta com a felicidade e o bem-estar? E qual o papel dos poderes públicos? E qual o papel do marketing e da publicidade nesse cenário? Será que é prudente as marcas ignorarem o que está acontecendo no mundo? As que forem mais cuidadosas com tudo o que envolve os seus stakeholders são aquelas que terão mais chances de sobreviverem e se destacarem em um mundo mais crítico aos abusos, desrespeitos e escasso em recursos naturais.