Ontem terminei de ler “Os Limites do Possível” de André Lara
Resende. Apesar de alguns largos trechos bastante técnicos – que para um não-economista
soa um exercício difícil – me trouxe um certo conforto a uma antiga percepção que
vem crescendo proporcionalmente a minha maturidade: por que devemos (economia) crescer
indefinidamente? Cresci ouvindo essa história e confesso que assumi-la sem pensar
muito a respeito. Tem que crescer e ponto. Quanto mais crescer melhor. Mas, e
se não for possível? E se for possível menos do que esperávamos? E se as nossas
premissas não estiverem precisas? Tem um limite ao crescimento? E, se não
crescermos, será o fim do mundo? O paradoxo é que, justamente, se buscarmos incessantemente
o crescimento, poderemos chegar ao fim do mundo sim. Fim do mundo no sentido do esgotamento
dos recursos naturais e das condições minimamente aceitáveis para o homem viver
de forma saudável sobre a Terra. Enfim, Resende não menos respostas e mais provocações. Como ele mesmo afirma: “A verdadeira reflexão jamais será capaz de
nos dar uma certeza”. E até que ponto o crescimento tem uma correlação mais
direta com a felicidade e o bem-estar? E qual o papel dos poderes públicos? E
qual o papel do marketing e da publicidade nesse cenário? Será que é prudente
as marcas ignorarem o que está acontecendo no mundo? As que forem mais
cuidadosas com tudo o que envolve os seus stakeholders são aquelas que terão mais chances de sobreviverem e se destacarem em um mundo mais crítico aos abusos, desrespeitos e
escasso em recursos naturais.