quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Dove

E da série "Os Melhores Reclames", o troféu Imprensa...ops, o troféu vai para....Dove.

Comercial premiadíssimo, realmente é um material de elegância ímpar. Consegue reunir sutileza (notem que a marca só é citada brevemente no final), bom gosto e naturalidade. Além de reforçar a essência da marca (que eu poderia rapidamente resumi-la, arriscando algo como "cuidados com o corpo e com a valorização da beleza natural das pessoas"), nos faz lembrar que, assim como o Marketing, a percepção é tão ou mais importante que a realidade.

No meio de um amontoado de publicidades de mal-gosto (em todas as mídias), textos sofríveis, jingles insuportáveis, adaptações musicais pavorosas, arrogância na apresentação dos produtos, exageros nas especificações técnicas, gritarias, intromissões, mentiras, garotos-propaganda chatíssimos, piadas piegas e previsíveis, entre outras barbaridades que, quando assistimos a uma obra de arte desse nível, percebemos que há esperança na comunicação e na gestão adequada das marcas. Todos ganham com isso!!!





Artigo: Foco


Difícil florear demais sobre um assunto que, por si só, é muito simples é óbvio. Foco é quase auto-explicativo. Mas, ao mesmo tempo, muitas vezes ignorado. Parece que o ser humano (e as empresas) tem uma necessidade latente de complicar demais as coisas. Mas, concordo também que as coisas não são tão simples assim. É verdade. Mas onde eu estava mesmo? Bom, acho melhor voltar ao foco. Sinceramente (e acho que estou prestes à cometer um sacrilégio contra a ordem mundial corporativa), nunca entendi muito bem o porque de muitas empresas colocarem coisas (de novo coisas) do tipo “metas de lançamentos de novos produtos em 2014” ou “o percentual de novos produtos nas vendas deve ser de 25% em 2013” ou, ainda, para crescer precisamos de mais ofertas de novos produtos ou serviços. E urgente. Sempre urgente. Pra Já! E os coitados dos produtos já existentes? Bom, estes, vão dividir ainda mais o bolinho de marketing, P&D, vendas, logística, etc. com os novos colegas que entrarão no baile. Melhor seria se houvesse uma regra do tipo “entra um, sai outro”. Ou melhor ainda: entra um, sai dois. Enfim, toda essa provocação para dizer que, na minha (modesta) opinião, não deveria haver regras para isso. E sim incentivos (é bem diferente). Em outras palavras, priorizar qualidade e potencial inovador ao invés de quantidade e prazos. Um produto desenvolvido em 2 anos pode mudar o rumo de uma empresa e revolucionar o mercado, enquanto 2 produtos lançados em 1 ano pode frustrar e confundir os potenciais clientes, gerar inventários desnecessários e consumir valiosos (e limitados) recursos da organização. Ou não. Pode ser exatamente o inverso. Claro. Mas o foco (olha ele aí) deveria ser na avaliação do conceito (é inovador? quais são os seus diferenciais? tem potencial de mercado relevante? temos ativos suficientes para sustentá-lo? o mercado está pronto para receber a oferta? podemos criar barreiras consideráveis para a concorrência? etc.), na qualidade do produto ou serviço (afinal, vai funcionar para aquilo que se propõe a fazer?), nos benefícios gerados para os futuros clientes e num super, mas super mesmo, lançamento. Daqueles que, mesmo sem conhecer muito bem o produto ou serviço, você já vai querer sair comprando. Tudo isso pode demorar 6 meses, 1 ano, 2 anos ou 5 anos. Ou mais. Não é isso o que importa. O que realmente importa é a empresa trabalhar no rumo certo, orientando e utilizando todos os recursos de suas áreas para produtos e serviços que realmente valham a pena. E a história diz que isso não se faz com toneladas de produtos e serviços para um amplo leque de clientes e mercados, num horizonte curto de tempo. Como disse certa vez David Packard, fundador da HP: “Uma grande empresa tem mais chances de morrer de indigestão por excesso de oportunidades do que de fome por falta delas.” Pena que seus sucessores parecem não terem entendido muito bem esta afirmação. O foco excessivo também pode ser um problema, como notamos em marcas como a Kodak, Polaroid e a Olivetti. Mas este é o foco ruim, atrelado até a última raiz com um produto ou uma tecnologia, sem amparo nas tendências e nuances do mercado. O foco bom é estar comprometido com o conceito e a essência da marca. Se forem suficientemente atraentes para o mercado, representarem uma real diferenciação competitiva e sérias dificuldades para a concorrência, é imperativo seguir em frente. O Marfrig e a Hypermarcas enfrentaram dificuldades ao assumirem diversas marcas de empresas com culturas, valores e mercados muito diferentes. Isso demanda investimentos astronômicos em sinergias operacionais, marketing e logística, prejudicando suas capacidades de competirem de forma ágil contra a concorrência e suficientemente antenadas nas necessidades dos seus clientes. A questão é muito simples: não dá para ser excelente em tudo. Já marcas como a Apple, Porto Seguro e Starbucks trabalham concentradas em seus core business. A maça do vale do silício se propõe a ser uma empresa de tecnologia de ponta, design elegante e simplicidade no manuseio do produto ou do serviço. O foco está aí. O produto não é um fim em si mesmo, mas um meio. Hoje é um Ipad, mas amanhã pode ser uma “espada interplanetária” (OK, fui longe demais, mas foi de propósito). Tudo bem, desde que se mantenha a essência da marca. Como é difícil materializá-la, a empresa acaba concentrando os seus esforços em poucas linhas de produtos. É mais fácil. E o faz muito bem. Todos na empresa sabem claramente para onde o barco está indo. O resto é secundário. Já a Porto Seguro se concentra em produtos de alto valor agregado e “em linha” com as principais tendências do mercado. Prova disso, são os serviços voltados para as mulheres, crianças, pequenas empresas, pequenos consertos e manutenções residenciais, equipamentos de segurança, etc. Tudo girando na órbita dos seguros. Óbvio. E com um atendimento muito acima da média. Não por acaso, é a marca mais valiosa do segmento. E a Starbucks, com a sua estratégia de se concentrar em cafés especiais, torna a experiência de frequentar as suas lojas um ato prazeroso. Claro, vende outros produtos também (salgados, refrigerantes, sorvetes, etc.), todos com qualidade suficiente para se alinharem com a proposta da marca. Mas, são apenas complementos. E a empresa deixa bem claro isso. Todo o desenho da ambientação e do merchandising da loja nos indica que estamos no “seu mundo” de café. Pronto! É disso que a marca precisa: Foco. Criar associações positivas duradouras nas mentes das pessoas. Mais do que meio-caminho andado. Starbucks = café especiais. Starbucks = lojas agradáveis. Starbucks = ponto de encontro. É difícil algum concorrente querer (ou conseguir) competir nesse terreno. Portanto, mais do que uma planilha tabulada pela matriz em Nova York (ou de Sertãozinho mesmo) para que o “pobre” Gerente de Produto (ou afim) preencha-a com as suas quantidades e vendas de novos produtos no ano (e, aí, quem sabe, ganhar aquele bônus bacana no final do exercício), talvez o mais indicado fosse cobrar de equipes multifuncionais (gente de marketing, vendas, pesquisa, P&D, logística, etc.), coordenadas por especialistas em gestão de projetos, propostas para ofertas inéditas de produtos ou serviços coerentes com a essência da marca (sua visão, missão e valores). E, a partir daí, desenvolver na dosagem mais adequada (considerando a capacidade de absorção da empresa) os projetos mais importantes. Nada de “pesquisinhas”, “embalagenzinhas” e “lançamentozinhos”. Afinal, você está lançando um produtinho? Lance-o quando estiver pronto. Para o mercado, para a sua equipe de vendas, para a empresa como um todo e stakeholders. E faça barulho. Muito barulho. Isso ajuda na sorte do produto. As pessoas gostam de reconhecer uma marca e ouvir falar bem dela. É, antes de mais nada, uma questão de segurança. Apesar de nada garantir o sucesso de coisa alguma (há uma infinidade de fatores envolvidos, muitos dos quais incontroláveis), o foco na essência da marca é um dos pontos fundamentais. Ela reforça o core business da empresa, entende melhor as necessidades dos clientes (e, por isso, atende-os melhor), torna a empresa mais ágil nas respostas às dinâmicas do mercado, gera maior segurança na equipe em função da clareza da estratégia, otimiza os limitados recursos da empresa, cria uma plataforma mais segura para a extensão da marca em categorias sinérgicas e, não menos importante, facilita o processo de transmissão do posicionamento e da imagem da marca. O Menos é Mais ! Siga esse caminho.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Artigo: Marketing e Branding

A tentação de se colocar um “X” entre essas duas expressões é grande. Até porque o ser humano tem uma tendência natural ao confronto e à comparação. Aqui, no entanto, não se pretende fazer julgamentos sobre questões humanas essenciais. A ou B, certo ou errado, adequado ou inadequado, estratégias e ações dependem quase sempre do contexto (obviamente, há situações em que, independente do contexto, a atitude é aquela e ponto final). De qualquer forma, o fato é que o contexto neste artigo pede o termo “e” entre marketing e branding. Normalmente mais agregador e discreto do que provocador e contestador, o “e” sugere complemento, adição, união, mesmo entre temas de natureza diferente.
O branding é mais substantivo e abstrato. O marketing é mais adjetivo e concreto. O branding é ser. O marketing é ser o melhor. O branding diz: nós agimos dessa forma porque está em nossa essência. Está em nosso DNA. Nenhuma surpresa, portanto. O marketing complementa: achamos o nosso lugar ao Sol. É aqui que nós vamos agir. Chamem as agências, precisamos contar uma história para o mundo. Vale lembrar, todavia, que o marketing dita as regras do jogo. E o branding é o árbitro. Tudo começa (ou deveria começar) com um desafio imponente para a turma do marketing: encontrar um diferencial claro e relevante para a marca na mente das pessoas. A guerra é ali. E o território é pequeno e bem congestionado.
Duas são as maneiras: criar uma nova categoria de produto ou serviço (modelo de negócio) ou diferenciar-se na atual. E, de preferência, ser o primeiro a “batizá-la” com a sua marca. A publicidade cuida de boa parte do resto. Missão cumprida em casos como o da Curves (criação da categoria “academias para mulheres”) e da Volvo (diferenciação na categoria atual pelo destaque ao atributo “segurança” em seus automóveis). Porém, é só o começo e nada está ganho. Aliás, o jogo nunca acaba. Mesmo porque o mundo muda, as pessoas (e os seus desejos, referências e necessidades) mudam e as empresas mudam (afinal, elas são constituídas por pessoas). Portanto, o que era importante e relevante ontem pode não ser hoje.
Os cansados modelos de negócio da Blockbuster e da MTV são emblemáticos. Ou se adaptam às transformações tecnológicas e à era do conhecimento e da informação em que vivemos atualmente, ou são atropelados. Não importa o tamanho. Mas um posicionamento de marca adequado é um bom começo. Pelo menos, ela tem boas chances de ser considerada na mente das pessoas quando a categoria na qual está inserida for para a parte frontal do cérebro. Fast food? McDonalds. Compras coletivas? Peixe Urbano. Apresentações corporativas? Soap. Varejo de material de construção barato? Dicico. Camisetas descoladas para adolescentes? Abercrombie. E ainda servirá de subsídio para a estruturação de sua essência (visão, missão e valores da marca), fundamental para o branding entrar em campo. Voltaremos ao branding em breve.
O marketing nos oferece ainda várias outras ferramentas importantes visando reforçar o posicionamento escolhido para a marca: nome, slogan, logotipo, símbolo da marca, concepção de produtos e estratégia de preço, plano de mídia, criação de peças publicitárias, merchandising, ações de relacionamento com clientes, campanhas, promoções, patrocínios, eventos, etc. Importantes, porém submetidas à força do posicionamento da marca. Ego de publicitários, vendedores pressionados e metas da matriz (e até mesmo acionistas) podem ser tornar um risco ao posicionamento da marca. Todo cuidado é pouco. No médio e longo prazos, o que costuma prevalecer para a sobrevivência da marca é o seu papel no mundo. Os consumidores e os demais pontos de contato com a marca, mais do que nunca, estão sensíveis a isso.
Credibilidade e coerência são as palavras do jogo. Mas aí entra em campo o branding. Uma boa definição para o termo seria: o cumprimento das promessas feitas pela marca. Simples assim. Porém profundo e não tão simples de executar. E onde estão essas promessas? Na essência da marca (de novo: sua visão, missão e valores), definida pelo posicionamento, ferramenta do marketing estratégico. A cultura do branding deve ser o guardião da marca. Não é um departamento que cuida disso. O processo deve ser liderado e patrocinado pelo empresário e/ou presidente da empresa. Ele deve ser o porta-voz número 1 para os stakeholders: a nossa marca existe para isso (retratada pelo posicionamento), a nossa opinião sobre o mundo e as suas principais tendências é essa (visão) e agimos sob determinadas condições (princípios). Ponto. Valorizamos a democracia? Claro! Desde que nas condições acima. Pelo menos, nos nossos negócios.
O branding é o sangue que deve circular nas veias da empresa. Banco Itaú, Greenpeace, Zappos e a revista Bravo! são bons exemplos de branding, cumprindo o que prometem em sua essência de marca. Inclusive, considerando valores universais da sociedade em seus planos de marketing, como ações de responsabilidade social e ambiental (nota: a cultura de excelência no atendimento aos clientes da Zappos é um bom exemplo de como departamentos normalmente vistos como centros de custo podem ser transformados em veículos de receita e lealdade dos clientes, ao serem considerados como investimentos prioritários de marketing).
Por outro lado, marcas como Zara, Demóstenes Torres (sim, pessoas físicas também são marcas) e todas as operadoras de telefonia móvel que atuam no Brasil se esforçam muito na definição dos seus posicionamentos e programas agressivos de marketing, mas escorregam em algum ponto (ou vários) de suas promessas e princípios. Portanto, no branding. Culpados ou não, já mancharam a imagem de suas marcas. Porque marketing é, antes de mais nada, percepção.  E aí mora o valor do branding: é a melhor ferramenta (melhor dizendo, conceito) para que uma marca reflita no mercado aquilo que ela propõe em sua essência.






segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Na contramão...

O conceito de posicionamento de marca da japonesa de varejo Muji é incrível. É uma resposta à complexidade e ao excesso de consumismo do mundo moderno. Seus mantras são a simplicidade, conforto e o design. Quantidade reduzida de produtos, lojas clean (o branco e o bege dominam) e sem excesso de merchandising. É como se todo o varejo fosse para a direita e a Muji para esquerda. Os clientes adoram.



Posicionamento de Marca - BIC

A BIC está na mente das pessoas como canetas básicas. Definitivamente, não está em categorias como aparelhos de barbear (A Gillette já ocupa esse espaço) e pilhas (o espaço é da Rayovac ). Mas a ambição e a ganância por resultados no curto prazo fala alto. O resultado? Vai gastar muito em publicidade, não irá desbancar os líderes e ainda poderá enfraquecer a sua imagem de marca na categoria canetas básicas (o famoso efeito “gangorra”). Não entenderam ainda que, em se tratando de posicionamento de marca, o menos é mais.


quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Greyhound

Pouco (ou nada) conhecida no Brasil, Greyhound é uma tradicional empresa de transporte de ônibus nos Estados Unidos. Fundada em 1914 (e com esse nome, desde 1926), a empresa cobre todo o território americano e representa uma alternativa mais barata do que a viagem de avião, além de propiciar uma vivência na sub-cultura do país. Também tem um quê de aventura para os estrangeiros (notadamente para os europeus, que curtem muito atravessar o país na rota New York - San Francisco em um ônibus da Greyhound, a um custo de aproximadamente U$ 490, ida e volta). Hoje são mais de 2.000 ônibus, 8.000 empregados, 3.800 destinos nos Estados Unidos e mais de 13.000 partidas diárias dos terminais. Ah, o símbolo? Nos começo dos anos 20, os ônibus eram assim chamados por causa da sua pintura cinza e brilhante. O animal foi incorporado. Portanto, aí mora mais uma evidência do valor de uma marca: apenas exposto ao símbolo e sem ver nem o nome nem o produto (ônibus), a maioria esmagadora dos norte-americanos já sabem do que se trata: o símbolo da companhia de ônibus interestadual mais tradicional e lembrada dos Estados Unidos.

      

Na Caça...

Ainda na série "Símbolos de Marcas", agora segue um bem mais difícil de ser reconhecido, pelo menos aqui no Brasil. Aí vai e daqui a pouco venho com a marca...



Símbolos. Respostas:

Linha de cima: Gina (Palitos de Madeira) e Johnnie Walker. Depois, na sequência, Telhanorte, Editora Abril e Deca. Por fim, Banco do Brasil e History Channel.

Símbolos

Em breve escreverei um texto mais técnico e denso sobre o processo de construção de uma marca. Por enquanto, posso dizer que o seu grande objetivo é criar identidade e personalidade únicas para a marca, portanto, diferenciando-se mais claramente dos concorrentes e facilitando a percepção dos consumidores. Obviamente, não é um processo simples. Envolve uma série de variáveis, inclusive o próprio tempo de maturação da marca no mercado. Mas deixamos isso mais para frente. Por ora, gostaria apenas de lançar algumas "sementes" sobre o assunto. A técnica conhecida como "naming" é uma das variáveis desse processo de construção mencionado acima. Ela é uma espécie de "batismo" da marca, dizendo muito sobre o seu posicionamento e a sua proposta de atuação. Basicamente o processo de naming envolve quatro componentes: nome, logotipo, slogan e símbolo. A sua relevância no desempenho da marca é limitado, claro, e dependerá muito do seu segmento de mercado. De qualquer forma, não podemos desprezá-la. E na sub-variável "símbolos" (mais voltada ao reconhecimento, à lembrança e às associações que a marca gera na mente das pessoas - e é lá onde a "guerra" acontece), destaco aqui alguns exemplos bem conhecidos (outros nem tanto) e alguns recentes (outros nem tanto), para tentarmos lembrar rapidamente de quais marcas estamos falando. A sua rápida lembrança significa que, provavelmente, a marca fez corretamente a sua lição de casa, pelo menos nesse quesito. Daqui a pouco voltou com o gabarito. Divirtam-se!!!



terça-feira, 10 de setembro de 2013

Dica de Livro

Já li muitos livros sobre negócios, branding e marketing. Alguns clássicos (e, por si só, bons) e alguns duvidosos. Mas sempre é positiva a experiência. O mais importante é você ter uma capacidade analítica desenvolvida a tal ponto que consiga ter um bom juízo de valores sobre o que vale a pena considerar ou não. Outros livros possuem um apelo bem atraente por serem mais lúdicos e provocativos, muitas vezes abordando assuntos já bastante maduros e conhecidos por ângulos diferentes. Essa é a proposta de "brandsense" de Martin Lindstrom. Considerando que, na maioria das vezes, não é possível padronizar em 100% o conceito apresentado e que você pode até questionar sobre alguns exemplos levantados pelo autor, não há dúvidas de que a construção e a ativação de uma marca usando os sentidos sensoriais dos seres humanos é um ótimo caminho para consolidar a sua identidade e personalidade. Por isso, vale a leitura!

1984

No dia de mais um (ou melhor, dois) lançamentos da maçã do Vale do Silício, uma pequena homenagem para uma marca que sempre pensou (e fez) diferente. Comercial lendário de 1984, no qual a Apple deixa bem claro a que veio neste mundo. Isso é Branding! Criou um posicionamento inédito no mercado de computadores e realizou uma execução esplêndida. Certamente, o "Grande Irmão" não esperava por isso...


segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Os Limites do Possível

Ontem terminei de ler “Os Limites do Possível” de André Lara Resende. Apesar de alguns largos trechos bastante técnicos – que para um não-economista soa um exercício difícil – me trouxe um certo conforto a uma antiga percepção que vem crescendo proporcionalmente a minha maturidade: por que devemos (economia) crescer indefinidamente? Cresci ouvindo essa história e confesso que assumi-la sem pensar muito a respeito. Tem que crescer e ponto. Quanto mais crescer melhor. Mas, e se não for possível? E se for possível menos do que esperávamos? E se as nossas premissas não estiverem precisas? Tem um limite ao crescimento? E, se não crescermos, será o fim do mundo? O paradoxo é que, justamente, se buscarmos incessantemente o crescimento, poderemos chegar ao fim do mundo sim. Fim do mundo no sentido do esgotamento dos recursos naturais e das condições minimamente aceitáveis para o homem viver de forma saudável sobre a Terra. Enfim, Resende não menos respostas e mais provocações. Como ele mesmo afirma: “A verdadeira reflexão jamais será capaz de nos dar uma certeza”. E até que ponto o crescimento tem uma correlação mais direta com a felicidade e o bem-estar? E qual o papel dos poderes públicos? E qual o papel do marketing e da publicidade nesse cenário? Será que é prudente as marcas ignorarem o que está acontecendo no mundo? As que forem mais cuidadosas com tudo o que envolve os seus stakeholders são aquelas que terão mais chances de sobreviverem e se destacarem em um mundo mais crítico aos abusos, desrespeitos e escasso em recursos naturais. 


quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Johnnie Walker

OK! É um comercial um pouco (urgh!?), eu diria, antigo, mas é sensacional. Simplesmente diz muito sobre a marca sem dizer quase nada. Exemplo de como a publicidade pode (e deve) servir ao propósito da marca.

O Melhor Atendimento do Mundo

Simples Assim! E eles levam isso radicalmente à sério. Isso é Branding - Cumprir as Promessas da Marca - sem blá-blá-blá e/ou somente declarações no hall da empresa. Para quem não conhece a empresa e o seu fundador / CEO (Tony Hsieh), recomendo estudar a sua política de atendimento à clientes e palestras do Tony Hsieh no youtube. Daí, entenderemos porque estamos tão atrasados neste assunto.


Eskibon

Dia desses estava a procura de um Eskibon, aquela barrinha de sorvete com cobertura fininha de chocolate da Kibon. Seria o desfecho de um lanche (ou almoço), eu diria, não efusivamente recomendável pelos defensores da alimentação saudável e, portanto, de uma saúde saudável. Pois demorei alguns bons minutos para achar o tal sorvete. Lembro-me de ter parado em três ou quatro pontos-de-venda (banca, padaria e lojas de conveniência) e nada. Até que achei o produto e pude saborear a minha sobremesa. Por que estou dizendo isso? Porque acabei de ler na PEGN sobre um aplicativo que resolveria o meu problema (e o da marca e do varejista também). Trata-se do Pontomobi. Ele me sinalizaria onde (ponto-de-venda) eu encontraria meu Eskibon com um toque no meu smartphone. É o poder da Geolocalização! Um recurso poderoso  - dependendo do perfil do negócio - para alavancar as vendas de uma marca. Além disso, proporciona alguns efeitos indiretos positivos como conveniência e reforço na imagem das marcas (do fabricante e do varejista). Fica a dica!

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Nokia

Iniciando os trabalhos do blog com a notícia do dia: Microsoft compra a divisão de celulares da Nokia. Já era um desfecho esperado para uma marca que não soube interpretar as necessidades e os desejos (muitos deles implícitos) dos consumidores. Achou que telefone era só para telefonar. E aí chegou a Apple promovendo a revolução. É a vitória da "amigabilidade" (o famoso "friendly"), do design e da tecnologia sobre o conformismo e a arrogância. O resto é história. Já vimos esse filme em outros segmentos: um inovador, alguns seguidores de sucesso (um deles a Samsung) e um caminhão de perdedores (um deles a Nokia). Vamos ver se a Microsoft, que é arroz-com-feijão em produto, mas um caviar em modelos de negócio, saberá reposicionar a marca Nokia no mercado e ainda tirar algum caldo bom dessa panela. Veremos!!!