Artigos, curiosidades, análises e comentários sobre Marketing e Branding, por Christian Navarro.
quarta-feira, 14 de maio de 2014
Walmart
Loja Tamboré, dia 14 de maio, 9h. Vazia e um susto: 2 planogramas à olhos vistos no corredor de sucos prontos para beber. Um para a sub-categoria "Light" e outro para "Especiais" (fotos abaixo, sem o reconhecimento das marcas). Não que dê em muita coisa - provavelmente o gerente, o repositor da loja ou o repositor da "marca-capitã" da categoria irá recolhê-los assim que o dia pegar pra valer - mas não é todo dia que se vê um material tão estratégico "nú" em pleno horário comercial. Sim porquê (a maioria não sabe), há muita análise e estratégia por trás desses inocentes sulfites. Ah...planograma, digamos, é uma espécie de planilha-resumo para a sugestão de exposição dos produtos nas gôndolas. Para tanto, em linhas gerais, o varejista compartilha dados de vendas, compras, rentabilidade e giro dos itens e marcas da categoria com a dita marca-capitã, normalmente, a líder em market share. Esta, em paralelo, investe em pesquisas de comportamento de compra do consumidor no PDV e coloca tudo isso num forno para sair estratégias fresquinhas de posicionamento na prateleira, preço, merchandising, cross-merchandising, abastecimento e giro para um determinado período de tempo. Muitas utilizam softwares específicos para auxiliar em todo esse processo: o mais conhecido é o Spaceman da Nielsen. O resultado - pelo menos do ponto-de-vista da exposição - é consolidada nesses papéis encontrados hoje publicamente no Walmart. Assim, especialmente nas grandes redes varejistas alimentícias (e que, já de muito tempo são muito mais do que somente alimentícias), nada é por acaso: se, por exemplo, a Coca-Cola 2L está com 45% das frentes do espaço para refrigerantes tradicionais e na parte de baixo da gôndola, é porque os dados previamente recolhidos subsidiaram as análises para essa decisão. O conceito é super-pertinente para todo o comércio em geral, embora somente os grandes players do varejo costumam implementá-lo. Já há bons cases para os canais farmácias e materiais para construção, inclusive. E não só para as lojas físicas (tão limitadas pelo espaço). Já soube que há correntes de pensamento e boas iniciativas para as lojas virtuais também. Desnecessário afirmar que tempo, dinheiro e talvez, o mais difícil, confidencialidade entre as partes (varejo e indústria) são imperativos no desenvolvimento de um bom projeto de Gerenciamento por Categorias, refletido nos referidos planogramas. Os resultados costumam ser bastante compensadores. Mas, afinal, o quê o repositor tem a ver com isso? Simples: reproduzir o que está no planograma na gôndola real e não deixar esses sulfites estratégicos e confidenciais ficar flutuando pela loja, como flagrei hoje.