Descobri Bob Willard meio que por acaso. Acabou chegando às minhas mãos um livro dele - o seu mais recente, aliás - intitulado "The New Sustainability Advantage" e, por conseguinte, um olhar mais holístico sobre o tema. Willard defende a tese de que, antes de mais nada, uma politica bem estruturada e implementada de sustentabilidade promove ganhos relevantes de vendas, share, rentabilidade e reputação da marca. Só isso! Em outras palavras, a grande sacada do autor é aproximar a importância do tema a uma linguagem muito mais bem entendida pelos empresários e executivos, ou seja, business.
Assim, essencialmente na busca por uma vantagem competitiva mesmo, é prudente partir com tudo para estratégias e ações de sustentabilidade. Em linhas gerais, ele defende os seus argumentos citando, entre outras, questões como redução de waste nas fábricas, reaproveitamento de custos variáveis na produção, reavaliação constante dos processos, diminuição e/ou substituição de componentes do produto final, reutilização de itens de mercadorias devolvidas, adoção de modelos de negócios diferenciados (leasing ao invés de vendas, por exemplo), incremento das unidades de serviços e consultorias, aumento do portfólio dos produtos ditos "verdes", exploração do potencial da política de crédito de carbono, e por aí vai.
Com o aproveitamento máximo das tecnologias disponíveis como "pano de fundo" para essa empreitada, estas sugestões, segundo o autor, se encaixariam em três grandes pilares - econômico, ambiental e social - e permitiriam usufruir de importantes benefícios tais como margens mais altas e/ou preços mais competitivos, inovações de métodos, mercadológicos e/ou de produtos, associação positiva da marca a uma questão cada vez mais valorizada pela sociedade (as chamadas empresas-cidadãs), atração e retenção de talentos que valorizam esses princípios e tenham autonomia para atuar neste campo, alinhamento dos fornecedores a essa missão, entre outros.
Sustentabilidade, no mundo dos negócios, não deve ser confundida com a defesa neurótica e intransigente dos golfinhos da ilha do cardoso ou das baleias mirke no mar da antártida (reconhecendo a nobreza de ambas), mas um conjunto de estratégias e medidas que racionalizem a produção, desperdicem menos recursos ambientais e energéticos, capacitem e eduquem novos potenciais clientes e consumidores, reconheçam e valorizem os direitos humanos, e ofereça parcelas crescentes de produtos/serviços mais alinhados com os princípios que a sociedade contemporânea valoriza. Assim, todos saem ganhando: economicamente, ambientalmente e socialmente.
Há vários videos do Bob Willard no youtube. Pincei um deles. Bem curtinho, só para sentir o perfil e a consistência dos pensamentos do gringo. Vale a pena considerá-lo como uma das referências na área.