Se há uma situação que incomoda boa parte dos profissionais
de marketing, ela poderia ser resumida em apenas uma pergunta: mas, afinal,
como medir os resultados de marketing? Incomoda porque, em geral, não há
respostas simples para esse questionamento. Na verdade, a resposta mais
adequada seria: depende. Depende, basicamente, da natureza da ação de marketing
e da disposição da empresa em medi-la. Sim, pois que atributos como tempo de retorno
(efeitos esperados) e custo de medição podem variar bastante em função das
estratégias e das táticas empreendidas. Por outro lado, é plenamente
compreensível esse tipo de interpelação por colegas de outras áreas e,
principalmente, pela diretoria da empresa. Vivemos em uma era de extrema
competitividade, cada centavo em investimento vale ouro e esse tema será cada
vez mais colocado na ordem do dia. Em suma, temos que saber lidar sabiamente
com ele.
O objetivo deste artigo é refletir mais profundamente sobre
essa matéria e, consequentemente, ter uma consciência mais apurada sobre os possíveis
caminhos a serem seguidos diante das ferramentas disponíveis. Em última instância,
é uma questão de justificar com louvor a presença de marketing em um papel de
destaque nas organizações. Por vezes, quando confrontados com esse dilema, a
inadequação do fórum ou mesmo o grau de maturidade insuficiente do profissional
de marketing favorece réplicas afoitas, rasas ou simplesmente dirigidas ao
lugar-comum de sempre: vendas. Ora, claro que vendas é uma das variáveis dos
esforços de marketing – e, em último caso, a mais importante (afinal, sem
vendas não há empresas) – mas há um vasto leque de outras possibilidades, dependendo
do contexto e do mecanismo a ser empregado. Marketing, por si só, é uma área
sofisticada a tal ponto que, frequentemente, respostas superficiais e enlatadas
não são suficientes. Mexemos tanto em conteúdos que esbarram na ciência social,
na psicologia e na neurociência, quanto em matérias relacionadas à matemática, à
estatística e à finanças. O espectro é,
assim, extremamente abrangente. Essa
complexidade é inerente ao Marketing. Ponto.
Mas, no fundo, no fundo, nesse terreno, acho que temos certa
inveja dos nossos colegas de vendas, em especial. O sistema de cotas comumente adotado
na área comercial, mesmo que eventualmente draconiano, é relativamente simples
para medir a eficácia da liderança e da equipe de vendedores. Em linhas gerais,
mês-a-mês, os comparativos reais de vendas com o budget geral, quebrado por
região, dividido por linhas de negócios, um quê de novos produtos, um olhar nos
níveis de rentabilidade e mais algumas variáveis são, geralmente, o bastante para
matar o assunto com bastante clareza e rapidez. Já a confecção das metas – esta
sim – é muito mais intrincada e trabalhosa. Claro que existem outras questões a
serem avaliadas e conectadas a essa análise predominantemente matemática do
budget de vendas – citaria pontos relacionados à própria sistemática do
mercado, ao relacionamento com os clientes e às ações da concorrência – mas, de
qualquer forma, o mencionado comparativo numérico é mesmo o norte para a
avaliação dos esforços da área comercial. Assim, o fato é que os vencedores
(mesmo com prazo de validade incerto), os pertencentes ao grupo do “sinal amarelo”
e os perdedores nesse jogo são conhecidos rapidamente. Sei exatamente onde
preciso manter ou melhorar a performance, seja no produto X, na região Y ou no
canal Z. Isso, de certa forma, conforta a todos na área comercial e abre um
flanco aonde uma flecha pode ser encostada no nosso pescoço. E vocês de marketing?
O quanto estão efetivamente contribuindo com a empresa? Aí, o sangue ferve, eu
sei.
Mas não deveria. Não deveria porque a disponibilidade de diferentes
arranjos para quantificarmos o nosso trabalho é reconfortante. E a melhor
notícia é que eles estão ficando cada vez mais acessíveis e baratos (e muitos
gratuitos) com o advindo e o florescimento do marketing digital, em particular.
O que é importante ficar claro para todos os interessados é que, em primeiro
lugar, é possível SIM medir o retorno de TODAS as ações de marketing e, em
segundo lugar, NÃO se pode admitir, todavia, que o puro e o ilusório desejo de
se medir marketing segundo a mesma ótica e dinâmica de vendas distorce os
inegáveis potenciais benefícios a serem proporcionados pela primeira. Não se
pode porque, apesar da proximidade histórica (e saudável) entre ambas as áreas,
são de naturezas diferentes e, portanto, de estratégias e ações nem sempre em plena
sintonia. A realidade é que não somos melhores nem piores, apenas diferentes.
Ainda antes de entrar nos aspectos mais técnicos sugeridos
para este ensaio, vale ressaltar um quê de contraditório e uma necessidade de
maior amplitude de reflexão nesta história: mesmo que todas as áreas de uma
empresa tenham as condições de – por si só – aferirem os resultados de suas
estratégias e ações táticas, é arriscado afirmar que um ganho relevante de
participação no mercado ou uma catastrófica perda de competitividade seja em
função de um único e exclusivo setor da organização, seja ele qual for. Dependendo das características intrínsecas da companhia, uma área pode ter papel
mais notório do que outras. Mas não se trata de regra divina do mercado. Marketing
pode ter tido uma ideia brilhante para um novo produto, com alto potencial de
retorno, porém, se a empresa não for hábil em juntar um time de engenheiros na
quantidade e no perfil adequado para a missão (RH), não for capaz de prover o
financiamento apropriado para a empreitada (Finanças), se a cobertura de vendas
não estiver bem calibrada (Comercial) ou se o centro de distribuição não for
apto para assumir a carga extra de demanda (Logística), o projeto tende à
frustrar. E a recíproca é verdadeira. Marketing deve levar a culpa inteiramente pelo fracasso? Não, claro, a
despeito de lhe ser reservada parte da culpa também por, talvez, não ter
cativado satisfatoriamente – como líder de projeto – as “áreas-irmãs” para a
incumbência ilustrativa.
Mesmo o imponderável ou o “fora-de-controle” pode jogar
contra a empresa: manifestações, greves, desastres naturais, legislações
intempestivas (a mais recente foi o aumento da carga de impostos sobre as
cervejas), etc. podem impactar enormemente toda a energia alocada em um
planejamento. Assim, a lição para nós é que, cada vez mais, as áreas deverão
estar interconectadas a projetos específicos e “em linha” com as propostas mais
importantes da empresa (teoricamente registradas e amparadas no seu conjunto de
missão, visão e princípios), vinculando tanto os louros da vitória quanto os
fardos da derrota a eles (projetos) e não a uma área isolada. Entendo isso como
uma tendência a ser observada de perto.
Feita esta pequena provocação, voltemos aos trabalhos para tentar nos concentrar no
propósito deste artigo. A ideia aqui é relacionar algumas das principais
atribuições de marketing e as suas correspondentes possibilidades de
aferimento. Partiremos do princípio de que a variável vendas, conforme já elucidada, é “hors concours”. Começaremos então com a
tradicional gestão de produtos/serviços: market share, value share, mark-up,
margem de contribuição, ciclo de vida, curva ABC (Pareto), distribuição
numérica e ponderada (presença nos canais de vendas) e importância em % do volume
e valor por canal, marca e região (e até por vendedor) são algumas
alternativas. Quando falamos em canal, não podemos nos esquecer do e-commerce,
se for pertinente ao negócio. No relevante campo de novos negócios/produtos,
além dos itens já citados, poderíamos tanto relacioná-los com a sua fatia em
relação ao faturamento total da organização como também com a média do segmento
ou de outras operações do negócio pelo mundo. Exemplo: % importância dos novos
negócios sobre o faturamento da marca X no Brasil versus a mesma marca na China.
Nota: em análises de marketing, tão importante quanto o número absoluto em si é
o histórico envolvido (quanto maior, melhor) e a sua tendência. Nos
comparativos, o mais aceito costuma ser entre os mesmos intervalos de tempo
sobre os anos anteriores. Assim, evitam-se os efeitos distorcidos advindos da
sazonalidade, entre outros. Cenário interessante também seria fazer exercício
similar – em parceria com a área de vendas – para a carteira geral de clientes,
visando chegar a quadrantes contendo os clientes rentáveis, aqueles formadores
de opinião, a serem trabalhados, a serem descartados, etc. Um CRM redondinho
deve ser a fonte primordial para alcançar esse modelo de valor.
E por falar em clientes, uma boa forma de avaliação dos
esforços da organização neste quesito seria a tradicional pesquisa de
satisfação e lealdade dos clientes (sim, há diferenciais relevantes entre os termos). Nela,
além do atributo “marketing”, poderíamos incluir tópicos como o atendimento do vendedor, a qualidade do SAC, a efetividade da logística,
os serviços de cobrança, a prestação de serviços, o pós-vendas, a acessibilidade
aos contatos na empresa, entre outros. Por meio de uma boa estrutura de amostragem
e questionário, aplicabilidade adequada (presencial? telefone? virtual? etc.)
ao perfil do negócio e análises consistentes e objetivas – considerando tendências
e indicações dos pontos de melhoria – a ferramenta costuma ser bastante útil,
além de ser item obrigatório para a obtenção do certificado ISO 9001.
No controverso campo da publicidade, iniciando com as mídias
tradicionais – revistas, rádios, jornais, TV, outdoor, entre outras – o melhor
indicador continua sendo o ROI estimado na razão entre o custo total das
inserções e o acréscimo de vendas
(versus média histórica) proporcionado no período. Seria importante acrescentar
mais alguns meses a essa análise – pós-campanha – considerando que pode haver
efeitos a posteriori em relação ao
espaço de tempo original da ação. A quantidade de meses adicionais dependeria
da importância e do impacto da mídia escolhida. Se a estratégia for atacar somente
uma dessas mídias (por exemplo, o rádio), a correlação do sucesso ou do
fracasso do esforço colocado é maior e mais rapidamente aferida. Por outro
lado, se a marca trabalha com várias mídias ao mesmo tempo, uma alternativa atraente
seria classificar as fontes dos leads e
prospects gerados por e-mails ou
contatos no SAC. É provável que, neste caso, a correlação fosse menor e menos
precisa, porém, mesmo assim, esse levantamento amostral conferiria um porto
suficientemente seguro para nos sinalizar quais mídias estão contribuindo substancialmente
para o incremento das vendas da marca. Outras possibilidades de medição poderiam
incluir pesquisas de lembrança e preferência de marca, giro de produtos nas
lojas próprias ou nos principais distribuidores, e até mesmo estudos de
natureza qualitativa utilizando como procedência das informações a área de
vendas da companhia.
Já as mídias digitais, graças aos avanços na tecnologia da
informação e à sua penetração cada vez maior entre a população, apresentam ferramentas
de aferimento normalmente mais rápidas, precisas, menos custosas e muitas vezes
gratuitas. Neste campo, bons exemplos seriam a frequência mensal de acessos ao
site (e os seus principais dados de origem de tráfego), o número de visualizações
e cliques nos banners em sites e blogs patrocinados pela marca, o volume de
impactos gerados provenientes dos ingressos em apps apoiados pela empresa (quando entro no aplicativo do Placar
UOL, a primeira imagem que surge na tela do meu smartphone é a de um anúncio do
Rexona...), o tanto de downloads de aplicativos desenvolvidos pela própria
marca (quantos downloads será que o app
do climatempo ou o do easy taxi geraram, hein?), a cifra mensal de chats
abertos com clientes/consumidores, o número médio de participantes em
bate-papos virtuais e, claro, um monitoramento mais do que cuidadoso dos
indicadores oferecidos pelas redes sociais, sejam eles o número de seguidores
da marca no twitter, a quantidade de “curtis” e interações no facebook, a
extensão da rede da empresa no linkedin, o montante de opiniões e compartilhamento
de fotos no instagram, as visualizações e os comentários gerados no blog da
marca, a frequência média de mensagens recebidas via whatsapp, etc. Enfim, um cardápio
largamente variado – e em constante evolução – à disposição dos executivos de
marketing. Sem contar todo o universo qualitativo que essas interações por meio
das redes sociais proporcionam, fazendo muitas vezes o papel de institutos de
pesquisa.
Campanhas promocionais utilizando as redes sociais também costumam
ser bastante simples de serem aferidas. Um novo restaurante japonês na região
da Savassi em Belo Horizonte, por exemplo, poderia realizar uma ação via
facebook para o perfil do seu público-alvo daquela região. Quantidade de cupons impressos, número de clientes recebidos, volume de participantes para um sorteio
ou a análise qualitativa dos comentários emitidos pós-inauguração poderiam ser algumas
das possibilidades a serem conferidas. No final das contas, o comparativo entre
o custo total para o desenvolvimento da ação e todas essas variáveis
mencionadas (além de outras, se for o caso) – incluindo aí as vendas propriamente
ditas – coloca o profissional de marketing (ou o empresário) em uma posição
confortável para verificar se a sua iniciativa, simplesmente, valeu a pena ou
não. No solo do Marketing Digital, as alternativas parecem ser infinitas e o
trabalho de aferição dos resultados longe de ser um dilema dramático.
Trade Marketing também é uma área interessante para gastarmos
algumas linhas. Neste tópico, a grande massa dos investimentos gira em torno das
pesquisas de comportamento e de compra dos clientes/consumidores e as ações de
merchandising no PDV, incluindo aqui tanto materiais de comunicação,
demonstração de produtos e táticas promocionais. Tudo para desaguar em vendas
crescentes, claro. Mas, além das vendas, há outras variáveis tão importantes
quanto. Rentabilidade, giro dos produtos,
níveis de ruptura nas gôndolas/estoques e conquistas de pontos-extras são alguns
bons indicadores da relação financeira fábrica-distribuidor, da aceitabilidade
do portfólio pelo público em geral, das vendas que estão deixando de ser
realizadas (as famosas vendas perdidas) em função de problemas de forecast e abastecimento, e da visibilidade
da marca no PDV na qual, segundo pesquisas, é onde acontece cerca de 80% da
decisão de compra. O pessoal de trade da marca pode orientar ambos os lados nessas
análises. Na verdade, o clímax mesmo dessa história toda está no renomado
conceito de Gerenciamento por Categorias. Mas ficarei nisso dada a complexidade
desse tema. Daria outro extenso artigo, certamente. O importante é, por ora,
apenas vislumbrar essas alternativas. Lembrando que elas poderiam ainda ser
filtradas por porte e perfil de loja, região e outros dados demográficos.
Ainda no tema ligado ao Trade, mas agora com um olhar
específico nas campanhas de incentivo junto aos vendedores internos e/ou
vendedores dos distribuidores, as medições de sucesso dessas iniciativas são bem
simples. Orbitam em torno dos investimentos realizados em comunicação e
premiações, comparando-os com os resultados obtidos em acréscimo de vendas e rentabilidade. E o faturamento total atingido
confrontado com mesmo período do exercício anterior, para evitar distorções
típicas de mercado. Sem grandes segredos, portanto.
No tocante aos tradicionais esforços direcionados às feiras
e eventos (workshops, seminários, convenções, etc.), bons sinais de suas
efetividades poderiam ser captados pelo montante de cadastramentos dos
visitantes no CRM da empresa (para futuras ações de marketing direto mediante enriquecimento
do banco de dados e sequenciamento do ciclo de vendas), volume de produtos
vendidos “in loco”, notas e matérias na mídia via assessoria de imprensa,
testes de produtos/reuniões pré-agendados nos clientes visitantes e vendas
realizadas conectando-as aos contatos gerados nos eventos. No Marketing Direto
e, em especial os e-mails marketing, existem atualmente ferramentas bastante confiáveis
para os indicadores de e-mails abertos, abertos e “clicados” no link de nosso
interesse, não-abertos e jogados na lixeira, alocados como spam, etc. Além de
ser fonte natural para a medição do efeito em vendas quando há o retorno de
potenciais clientes/consumidores. Assim, uma pergunta bem plausível de ser
feita (e de ser respondida) seria: afinal, do total dos nossos leads e prospects
gerados no último trimestre, quantos foram provenientes de e-mails marketing e,
destes, quantos estão em negociação e quantos se converteram em vendas?
Sobre a gestão de patrocínios, eu dividiria a análise em
dois pilares: a institucional e a de relacionamento. Para o patrocínio
institucional, pesquisas de lembrança e associação de marca (normalmente
custosas, mas reveladoras) poderiam avaliar a repercussão das estratégias. Por
exemplo: numa amostragem dentro do perfil do público-alvo do festival Lollapalooza
Brasil 2014, qual o percentual que lembra a marca Skol como associada ao
evento? Ou ainda, num espectro mais amplo de amostragem, a Skol está mais
associada à música ou ao futebol? No âmbito do relacionamento (ou da ativação
do patrocínio), uma simples checagem de adesão poderia resolver a questão. Por
exemplo: quantos amantes do futebol se inscreveram no site da Coca-Cola para
verem de perto a taça da Copa do Mundo da FIFA?
Também uma condição que poderia ser medida via pesquisas,
neste caso também via técnicas de lembrança e associação, é a argumentação do
Naming. Ou, em outras palavras, o conjunto de nome, logotipo, slogan e símbolo
da marca. Logo, algumas hipóteses poderiam ser validadas. Por exemplo, a abreviação
do nome Procter & Gamble para P&G aumentou o patamar de popularidade da
marca? A P&G é mais percebida como ligada ao Omo ou Ariel? Quais são as principais associações geradas pelo novo logotipo da Rede Record?
O slogan “Enough, for all, forever” refere-se a que movimento? O símbolo do
jacaré verde remete a que marca? Repostas para as duas anteriores estão no
final do artigo. Um olhar atento a essa matéria – e aos seus respectivos
resultados – permite à organização “calibrar” melhor o seu bem maior: aquele carimbo
nos produtos ou serviços que simplesmente a diferencia das demais marcas.
Por fim, porém não menos importante, é a questão da sustentabilidade.
Mais em função de uma pressão cada vez maior advinda de forças da sociedade - e pela necessidade de aperfeiçoamentos constantes na ciência da redução de custos - do que por uma preocupação genuína com as questões de toda ordem que assolam o
planeta (em particular, ambientais, sociais e corrupção), as empresas de maior
juízo estão em pleno curso para a implementação de ações de marketing nesse sentido.
Desse modo, as principais perguntas transitariam entre o percentual de produtos
ditos “verdes” sobre o faturamento total da empresa, a rentabilidade deles em
relação ao portfólio tradicional e a avaliação (qualitativa e/ou quantitativa) que
os stakeholders fazem do nível de
aderência e de reputação da marca a essas questões. Cabe assim e, principalmente
aos profissionais de marketing, levantarem essa bandeira e mediram os seus principais
resultados.
Obviamente, há diversas outras técnicas para o aferimento
dos resultados de marketing. Muitas delas, inclusive, mais sofisticadas do que
as que foram apresentadas neste texto. Alguns exemplos seriam estudos de
sensibilidade de preço, análise de origem e destino das mercadorias (rastreamento
dos canais de vendas), cenários de forecast
de vendas baseados em dados históricos internos e em indicadores econômicos
complexos, levantamentos qualitativos para a compreensão do “tom” das mensagens
da marca pelo seu público-alvo, e por aí vai. Apesar de não abundante, há algumas
boas referências bibliográficas sobre o assunto disponíveis no Brasil.
Destacaria três: Accountable Marketing (Peter J. Rosenwald), Métricas de
Marketing (vários autores) e Web Marketing e Comunicação Digital (Paulo Kendzerski).
Entretanto, conforme mencionado no início deste artigo, o seu propósito é somente
despertar a consciência daqueles que devem se preocupar em apresentar “books” mais
consistentes com os principais resultados obtidos por meio dos esforços de
marketing.
Uma adequada e contínua política de confrontos entre o que
se investe em estratégias e táticas de marketing e os seus frutos obtidos,
mostra evolução considerável na sensatez da liderança da empresa e da equipe de
marketing. O que não se mede não se gerencia. Só aqui, neste artigo, em uma
conta rápida, cheguei a cerca de 50 possibilidades de medição das ações de
marketing. Há muito mais, claro. O número é simbólico e apenas uma ordem de
grandeza, mas revelador na medida em que mostra a enorme amplitude de
ferramentas que as empresas podem usufruir na avaliação de suas corajosas
ambições de ganhos mercadológicos relevantes e sustentáveis. Cabe ao líder de
marketing – em consonância com a gestão sênior e com a sua equipe de
colaboradores – escolher e ajustar os métodos mais apropriados de medições dos
esforços da área, considerando as principais características e dinâmicas da
companhia e do segmento a que pertence, além do nível de maturidade interno e dos
recursos disponíveis. O trabalho é, obviamente, longe de ser simples e fácil,
mas é a verdadeira face do marketing feito com responsabilidade e motivador
nato para reinvestimentos cada vez mais significativos e certeiros.
* Repostas
ao parágrafo relativo ao Naming: respectivamente, Sustentabilidade e Lacoste.