Mensagem postada ontem pelo grande João Barone (para quem não sabe, lendário batera do Paralamas do Sucesso). A internet e, particularmente, as redes sociais são mesmo uma "faca de dois gumes" para as marcas: por um lado, são fontes de dados e de informações preciosas (de pesquisas, inclusive) e ferramentas indispensáveis para relacionamentos mais próximos, intensos e personalizados com os consumidores. Também são canais valiosos para expressarem o branding. Por outro lado, apresentam uma predisposição maior de expor as marcas numa frequência mais negativa em função da sua crescente democratização. A bola, assim, está com os consumidores. E isso é bom! Faz (ou pelo menos, tende) as marcas saírem de suas zonas de conforto. Também há o lado exponencial. Dependendo do autor, as postagens costumam causar estragos. No caso do Barone, nem tanto. São cerca de 10.000 seguidores. Tem muita gente com mais de 100 mil. Sem contar os retwittes...
E aí você pode fazer tudo certinho, mas se o "freguês" sentir um mau hálito da mocinha do balcão de atendimento na companhia aérea, é bem capaz de ir parar no Twitter ou no FB. Paciência! São as dores do parto e os seus efeitos colaterais. Até o maior dos exigentes já sabe: não há empresas perfeitas. Você melhora aqui e ali, mas nunca chega à perfeição. Mas a busca tem que continuar sempre. Essa é a sacada! A internet é uma plataforma trabalhosa e soluções padronizadas costumam não funcionar. Por isso, é fundamental a marca tentar separar o joio do trigo, o relevante do irrelevante, os comentários honestos dos de procedência duvidosa, etc., e fazer a gestão da crise. Conversar com os internautas, dar feedback, satisfações e explicações. E, se for o caso, comprometer-se com sugestões, melhorias e mesmo pedir desculpas. Com a naturalidade de um cafezinho na Casa do Pão de Queijo. A transparência, a honestidade e a disposição contam pontos para a marca. E não só na internet, claro!
No mais, procurar fazer a lição de casa da melhor maneira possível. Cumprir o que prometeu, evitar surpresas desagradáveis (ao que tudo indica, a Azul não conseguiu) e usar as mídias digitais para expressar adequadamente o set de branding. Mesmo com todos os riscos envolvidos, os investimentos nessa área normalmente compensam. Em suma, menos publicidades auto-elogiosas e mais conversa olho-no-olho (ou tela-na-tela).