domingo, 3 de maio de 2015

Cultura


Construir e gerir uma marca passa, inexoravelmente, por exalar a sua essência. Pode-se lançar mão de técnicas de experiência ou de conteúdo. De tecnologia ou de design. De mix ou de atendimento. De merchandising ou de patrocínios. De publicidade tradicional. A ordem, os fatores e a dose dependem do contexto. O importante mesmo é ter um propósito claro e uma execução impecável. Bem-vindos ao mundo do Branding.

A Livraria Cultura está longe de ser perfeita (e quem o é?) mas, assim que adentramos em uma de suas lojas, os mais antenados percebem imediatamente o cheiro da marca no ar:
  • Variedade incrível de livros (aquele título sobre o folclore galês? É provável encontrá-lo lá).
  • Ah, não encontrou? Darão um jeito: intermediarão com a editora, recomendarão um sebo, sugerirão importação, farão os trâmites logísticos "entre-lojas" ou, em último caso, te mandarão para a concorrência. Eles estão mais preocupados com você.
  • Atendimento que ultrapassa folgadamente a barreira média da ignorância, da preguiça e do esconde-esconde. E que não demonstra, em geral, querer livrar-se de você na primeira oportunidade.
  • Bom, o layout e a atmosfera das lojas nos convidam à passar umas boas horas do dia no estabelecimento, quando não o dia inteiro.
  • O café não é melhor, nem pior, é apenas diferente.
  • O e-commerce? é ok, na média, normal, mas a força está mesmo no seu velho e bom ponto-de-venda.
  • E algo a mais que não dá para explicar: coisa intuitiva, vontade de mandar às favas o pragmatismo e a superficialidade da Saraiva e Cia, e ficar com a Cultura. Só isso!
E por que resolvi escrever sobre a Cultura, hoje e aqui?

Porque ontem tive mais um convívio agradável (e "in loco") com a marca e achei que mereceria uma singela homenagem.