domingo, 31 de maio de 2015

Competitive Intelligence



E da série "os-artigos-que-são-um-soco-no-estômago", um sobre o papel e a importância da Inteligência Competitiva nas organizações.

De uma das maiores autoridades no assunto, Benjamin Gilad também escreve no concorrido blog colaborativo da AMA - American Marketing Association (ama.org/).

Vale como reflexão porque, realmente, muitas empresas ainda atuam meramente no "modo operacional" neste tema e os seus resultados são, obviamente, decepcionantes.

Segundo Gilad, é preciso dar menos foco no tático e mais no assessoramento estratégico. Link para o artigo na íntegra no blog da Academy of Competitive Intelligence:

sábado, 30 de maio de 2015

NEI

A NEI ainda é uma referência na indústria.

Em um cenário cada vez mais congestionado, ela quer levar adiante a sua desafiadora missão de ser uma espécie de "parceira do profissional da indústria".

Por meio de um conjunto de veículos de comunicação - no qual a revista é o carro-chefe -, a marca, no entanto, patina no marketing de conteúdo. 

Querer dividir o bolo da comunicação com conteúdo significa virar a chavinha do modo tradicional para o não-convencional, quando necessário. Vamos então à análise do blog da NEI:




Positivos:

- Estratégia: lançar um blog para apresentar tendências, debates e ideias para indústria é válida.

- Aderência total com o perfil do segmento.

- A divisão dos assuntos por categoria agrega. 


Negativos:
  • Baixa frequência de publicação: o blog está na seca há 15 dias;
  • Em um blog de conteúdo, não convém exibir publicidades, principalmente na área nobre;
  • Notícias não-opinativas e/ou promocionais para empresas e/ou pessoas não valem;
  • O design é ruim, feio;
  • O logotipo então...
  • Não há espaço para a assinatura dos visitantes (recebimento dos posts);
  • Há poucas imagens e nenhum vídeo (pelo menos na primeira página);
  • O recurso de "bullets" nos textos não é utilizado;
  • Os botões para curtir e compartilhar nas redes sociais estão mal localizados;
  • Aliás, as redes sociais estão completamente abandonadas pela marca...
  • Não há referência/link para o blog no site da NEI;
  • A opção para pesquisar "Encontre Informação de Fornecedores" está sobrando.

Se a NEI quiser mesmo continuar a ser uma das referências para os profissionais da indústria, ela deveria intensificar a fatia de conteúdo no bolo de comunicação e, mais importante, trabalhá-lo melhor.

No caso do blog, é simples: apenas cumprir o que ela promete no topo direito da página. Afinal, cumprir as promessas da marca não é, em última instância, Branding?

Na indústria, assuntos relevantes "não-publicitários-e-não-imediatamente-comerciais" não faltam.

Basta à marca ter a consciência disto e a disposição para fazer direito.  

O blog:

domingo, 24 de maio de 2015

On The Spot



100% varejo físico:

Mesmo que, eventualmente, não seja o momento mais adequado, os empreendedores e os gestores do varejo não podem deixar de ficar a par de tecnologias como as oferecidas pela On The Spot (onthespot.com), uma empresa do grupo Telefonica - há menos de dois anos no Brasil - e especializada em serviços de informação e publicidade in store (ponto-de-venda). Algumas das ofertas mais relevantes oferecidas pela empresa:
  • estratégias de música-ambiente;
  • medição e classificação do fluxo de pessoas na loja;
  • leitura facial identificando, dentre outras coisas, inclinação de humor, gênero e idade;
  • integração com redes sociais, via Wi-Fi;
  • monitoramento de vendas perdidas;
  • separação entre frequentadores ativos e passivos do estabelecimento;
  • sistema de gerenciamento de filas nos caixas;
  • aferimento de taxas de conversão.
Levando-se em consideração que o marketing de permissão deve estar sempre no radar, não é mais razoável (nem aceitável) abrir mão de tais ferramentas e tecnologias em nome somente do histórico ou do feeling. Gestão de comunicação e relacionamento mais assertiva e customizada com compradores, consumidores e influenciadores é a chave do jogo. 

Abaixo a recente entrevista do Antonio Saramago, da On The Spot, no Mundo Corporativo da Rádio CBN (cbn.globoradio.globo.com/colunas/mundo-corporativo), na qual o entrevistado comenta, entre outras coisas, sobre uma tendência a ser refletida com muito cuidado: trazer a experiência one-to-one da loja online para a loja física. Vale a pena conferir:

sábado, 16 de maio de 2015

Rdio



Não por acaso, está entre os logotipos mais aclamados de 2014 entre as startup norte-americanas. Para os mais atentos, o seu núcleo azul dentro do contorno em branco diz muito sobre a Rdio, um portal de serviços de músicas licenciadas. Considerada a relativa importância do set de naming no processo de branding, este é incrível.   

Fonte:
www.businessinsider.com/

Inbound Marketing



Bastante pertinente o destaque no Mundo do Marketing (www.mundodomarketing.com.br/) sobre um conceito já bem maduro nos Estados Unidos, mas ainda por evoluir muito no Brasil.

Espécie de mescla entre marketing de conteúdo, inteligência de mercado e marketing direto, os maiores benefícios do Inbound Marketing residem no seu baixo custo (comparado à publicidade tradicional, de massa - o chamado Outbound) e na maior assertividade da comunicação com os clientes e o público-alvo da marca.

Em tempos de crise e orçamentos mais enxutos de marketing, não é pouca coisa. Na fonte do conteúdo, vem estratégias como blog, e-mails marketing personalizados, e-book e webinars, dentre outras. Já do CRM, vem a seleção dos segmentos, personas-chave e o funil de vendas para o marketing direto customizado. Também conta como vantagem adicional a mensuração mais fácil e rápida dos esforços de marketing porque o conceito está fortemente vinculado ao mundo digital.

Não é de hoje...fazer mais com menos é uma das missões do marketing. O Inbound só facilita este processo ao aproximar o marketing das dificuldades de prospecção com uma taxa aceitável de conversão em vendas.

Referência no assunto e nas plataformas ligadas ao tema, o site do HubSpot é quase uma obrigação de ser constantemente visitado (www.hubspot.com/)

E, claro, o link para a matéria citada no início do post:

sábado, 9 de maio de 2015

Antropologia e Marketing


Muitas vezes nós, profissionais de marketing, não nos damos conta de que o nosso ofício é produto de um caldeirão de outras ciências: filosofia, sociologia, história, psicologia, antroposofia, neurociência, linguística, estatística e...antropologia, dentre outras.

Assim como o jornalismo está para o crescente marketing de conteúdo, a antropologia está para a inteligência de mercado e a inovação. Não por acaso, as empresas mais antenadas estão cada vez mais recheando as suas equipes de marketing com jornalistas e antropólogos. Intel e Apple são exemplos clássicos.

Tendo como alguns dos seus maiores expoentes Claude Lévi-Strauss - em um contexto mais globalizado  - e Roberto Damatta - em um espectro notadamente brasileiro, a antropologia tem em seu range de atribuições um potencial enorme para contribuir com o setor privado capitalista, além do já habitual auxílio aos governos e às instituições não-governamentais.

Ao se propor à estudar as características, os costumes, os princípios, as crenças, os valores rankeados, as necessidades e os desejos (explícitos e implícitos) de indivíduos e extratos em seus ambientes sociais e em contato com a natureza, a antropologia tem o potencial de gerar inspirações em equipes inovadoras e que, por sua vez, traduzirão esses insights em produtos e serviços diferenciados. Esta é, talvez, a grande ambição da antropologia: gerar inspiração. O quê mais as marcas querem, afinal?

Importante frisar que a antropologia bebe fortemente na fonte da etnografia para se distinguir das metodologias tradicionais de pesquisas de mercado. É aí, na verdade, que reside grande parte do seu valor: as suas descrições e conclusões das análises se baseiam em levantamento de dados mais naturais e espontâneos, portanto, mais perto da realidade nua e crua. 

Obviamente, não se espera do profissional de marketing e das suas ramificações em inteligência de mercado, trade, comunicação, etc. a profundidade dos especialistas das áreas citadas, mas ele deve ter a sabedoria suficiente para entender os benefícios que delas se possam extrair no processo de construção de marca e no gerenciamento do marketing.      

Talvez o exercício mais difícil da antropologia e, portanto, mais nobre, como já citado - é ver os outros de longe e a si mesmo, também de longe. Em outras palavras, é ter a humildade de tentar compreender a perspectiva do outro - e tudo o que o envolve - e, por outro lado, igualmente nos enxergar a partir do ponto-de-vista dele. Não é fácil, mas pode render bons argumentos para os profissionais de marketing e, em especial, para os responsáveis pela inteligência de mercado e/ou cultura e processos de inovação. O desafio está posto.

Neglicenciada ou mal entendida, o fato é: em um cenário complexo e extremamente competitivo, no qual diferenciações consistentes e duradouras são fundamentais para uma sobrevivência com dignidade, as marcas não podem abrir mão de ciências como a antropologia que, no final das contas, nos traz muito do que o mercado (as pessoas) querem nos dizer, mas não tem a oportunidade para tal e nem tampouco a capacidade de fazê-lo com a clareza necessária.

Marketing também é a arte de se livrar de pré-conceitos.

domingo, 3 de maio de 2015

Cultura


Construir e gerir uma marca passa, inexoravelmente, por exalar a sua essência. Pode-se lançar mão de técnicas de experiência ou de conteúdo. De tecnologia ou de design. De mix ou de atendimento. De merchandising ou de patrocínios. De publicidade tradicional. A ordem, os fatores e a dose dependem do contexto. O importante mesmo é ter um propósito claro e uma execução impecável. Bem-vindos ao mundo do Branding.

A Livraria Cultura está longe de ser perfeita (e quem o é?) mas, assim que adentramos em uma de suas lojas, os mais antenados percebem imediatamente o cheiro da marca no ar:
  • Variedade incrível de livros (aquele título sobre o folclore galês? É provável encontrá-lo lá).
  • Ah, não encontrou? Darão um jeito: intermediarão com a editora, recomendarão um sebo, sugerirão importação, farão os trâmites logísticos "entre-lojas" ou, em último caso, te mandarão para a concorrência. Eles estão mais preocupados com você.
  • Atendimento que ultrapassa folgadamente a barreira média da ignorância, da preguiça e do esconde-esconde. E que não demonstra, em geral, querer livrar-se de você na primeira oportunidade.
  • Bom, o layout e a atmosfera das lojas nos convidam à passar umas boas horas do dia no estabelecimento, quando não o dia inteiro.
  • O café não é melhor, nem pior, é apenas diferente.
  • O e-commerce? é ok, na média, normal, mas a força está mesmo no seu velho e bom ponto-de-venda.
  • E algo a mais que não dá para explicar: coisa intuitiva, vontade de mandar às favas o pragmatismo e a superficialidade da Saraiva e Cia, e ficar com a Cultura. Só isso!
E por que resolvi escrever sobre a Cultura, hoje e aqui?

Porque ontem tive mais um convívio agradável (e "in loco") com a marca e achei que mereceria uma singela homenagem.