domingo, 31 de agosto de 2014

Ambev


Inteligente e oportuna por vários motivos a estratégia da Ambev com o seu projeto "NOSSO BAR", uma franquia pensada para a marca Brahma. Destaco três deles fora, obviamente, a exclusividade para as suas marcas: 1 - manter o controle da experiência da marca, por meio do tradicional suporte em gestão e marketing das grandes marcas aos franqueados, 2 - o crescimento por franquias costuma apresentar um ritmo mais acelerado do que a média e 3 - "ataca" uma faixa da população que cresceu exponencialmente (a chamada classe C) na última década e meia no Brasil, e continua ávida por qualidade, inovação e um certo "status" social. Neste aspecto, por sinal, a Brahma surfa bem, muito bem. Contribuem também o investimento inicial bem acessível (R$ 28 mil) e um faturamento médio de R$ 25 mil, nada mal para o extrato social em questão. O retorno é estimado em 12 meses. Além,  claro, da própria força da marca, sempre um "chamariz" mais intenso para os eventuais interessados em obter uma franquia e um potente propulsor para alavancar rapidamente o projeto no sentido de cumprir os objetivos propostos. Não é um projeto exatamente novo - começou em 2011 - mas recentemente foi turbinado pela empresa ao expandir-se além da Grande São Paulo, rumando para o interior do estado e para o Rio de Janeiro. A expectativa é chegar à 1,5 mil unidades até dezembro deste ano, quase o dobro do patamar atual. É bom acreditar, pois a Ambev não costuma brincar em serviço.   

Exemplo do aspecto externo:


Exemplo do aspecto interno:


Site do projeto:

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Did You Know? Shift Happens 2014

Esta série vem sendo atualizada ano após ano e, a cada ano, parece mais assustadora para uns ou mais promissora para outros. Difícil mesmo é ficar indiferente. De qualquer forma, o que poucos duvidam é sobre a profundidade, a radicalidade e a velocidade dessas mudanças...




segunda-feira, 11 de agosto de 2014

PiniOn

Trabalhando no conceito de pesquisas de mercado por meio de tecnologia mobile, o PiniOn (clara a pegadinha fonética inserida no nome?) é um aplicativo gratuito para IOS e Android que, em linhas gerais, recompensa em dinheiro aqueles que respondem aos seus questionários. Desde já, incentivo não é uma novidade em pesquisas de mercado, porém dinheiro é mais raro. O valor varia de R$ 0,50 à R$ 10 por pesquisa, dependendo de algumas variáveis (e existe um corte mínimo para saque). O app, claro, é remunerado através das marcas interessadas em seus dados coletados no mercado. Não há interação com pesquisadores e há uma série de possibilidades de aplicações, como cliente oculto, avaliação da eficácia no PDV, análise das estratégias publicitárias, estudo de percepção de marca, etnografia (participante), dentre outras. 


Como tudo o que se refere à opções de ferramentas de pesquisa de mercado, há vantagens, desvantagens e limitações para cada uma delas. No campo das vantagens, no caso do PiniOn, destacam-se a versatilidade, a agilidade e a abrangência, tornando-o uma espécie de termômetro em tempo real sobre o que rola com a marca no mercado. Por outro lado, ele não consegue uma análise mais profunda sobre a origem de determinados fenômenos e comportamentos (onde questões como linguagem corporal e tom de voz, por exemplo, podem influenciar...), normalmente obtida por técnicas mais tradicionais de pesquisas qualitativas. Também, na metodologia quantitativa, não está claro se há algum tipo de tratamento estatístico que valide os resultados de campo (o que seria fundamental). Just in case, é mais uma ferramenta que deve ser considerada na composição do melhor arsenal em pesquisas de mercado para o monitoramento adequado das estratégias adotadas e para a geração de insights para a marca. 

Site do PiniOn:

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

CEBDS


Bastante providencial o editorial da Folha de SP de hoje intitulado "O PIB mais maduro". 

Em carta aberta aos candidatos à presidência da república, o CEBDS - Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável - e que representa cerca de 40% do PIB, resumiu bem, em determinado trecho, o seu pleito:

"...romper a crise sistêmica que reproduz a desigualdade, esgarça o tecido social, alimenta os incentivos perversos e coloca a economia em conflito com os recursos naturais..." 

Trata-se de um conselho empresarial e não de uma fanática ONG ativista. 

Conclusão: cada vez mais os stakeholders das sociedades globais estão atentos às questões envolvendo responsabilidade social e ambiental. E os empresários, por sua vez, tratando-as como sérias e reais estratégias para uma perenidade saudável de seus negócios no médio e longo prazos. Vem deixando de ser - em ritmo crescente -, portanto, encaradas somente como causas nobres para, sobretudo, tornarem-se princípios para o alinhamento do business às necessidades e desejos contemporâneos da humanidade. O intuito, no final, já sabemos: ser bem-visto, bem-vindo, bem-entendido, apreciado e defendido. Não é pouca coisa! Em outras palavras, percebido como alguém que busca (legitimamente) o lucro, mas também tem lá as suas responsabilidades e parcelas de contribuição com a sociedade...e que, em última instância, o sustenta. Não é um processo com ponto final, claro. É constante e deve ser natural (as pessoas identificam rapidamente viés de hipocrisia em ações publicitárias). Assim, as marcas de juízo não podem negligenciar esses temas e devem colocá-los na pauta do dia. As de menos juízo, então, fazê-lo asap

Abaixo link completo do mencionado editorial:

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Omega

Criativo, elegante, lúdico, envolvente, etc. etc. etc. e, tão importante quanto, bem coerente com a essência da marca (suíça, fundada em 1848) ao reforçar atributos como qualidade, tradição, belo design e o mantra "o mais perfeito movimento no universo dos relógios mecânicos". Tudo na medida certa. Simplesmente incrível! Pena que este nível de comunicação ande cada vez mais raro...



segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Design Thinking


Escapando do lugar-comum das extensas e monótonas críticas de livros e abstendo-se dos aspectos mais técnicos - já devidamente explorados na obra - o que podemos concluir de "Design Thinking", de Tim Brown?
  1. Entendimento do cliente/consumidor é tudo. Ou quase tudo...
  2. Realmente a técnica etnográfica (observação, participante ou não) é a melhor dentre as opções de pesquisas qualitativas. Se for viável (nem sempre é), ela deve ser a escolhida porque preserva o bem mais valioso para um pesquisador, a espontaneidade.
  3. Bons insights vem do campo, da vivência com o bom e velho freguês.
  4. Em linhas gerais, praticamos poucos brainstorming e workshops criativos. Oportunidade!
  5. Em linhas gerais, nossos "muros" departamentais inibem o potencial coletivo da criatividade. Oportunidade!
  6. Nem tudo é inovação "arrasa-quarteirão". Inovações incrementais também devem ser consideradas no cardápio. A matriz "Formas de Crescer" pode ser uma boa bússola...
  7. Prototipagem é um recurso bacana mas, em linhas gerais, é pouco entendida. Oportunidade!
  8. Boa tendência de crescimento para as Impressoras 3D. Esta é implícita, não está no livro.
  9. Storytelling é um recurso bacana mas, em linhas gerais, é pouco entendido. Oportunidade!
  10. Existe, sim, bagunça organizada.
  11. Execução é tão importante quanto a inspiração.
  12. Mensuração é tão importante quanto a execução. 
  13. Um excelente Design Thinker observa o corriqueiro (mas engana-se quem pensa que é fácil).
  14. O conceito de Design Thinking lembra o de "Foco DO Cliente" (já postado neste blog no último dia 8 de junho), do brazuca Instituto de Marketing Industrial, e vice-versa. 
  15. Design Thinker não é a mesma coisa que Designer. 
  16. Modismos à parte, podemos confiar em Tim Brown. Ele pilota uma das mais renomadas consultorias de Design Thinking do mundo e o seu livro vem recheado de ótimos cases.
  17. O que seria deste mundo sem o Vale do Silício?
  18. Consuma com moderação. O terreno deve estar minimamente preparado para o conceito de DT.  
  19. É um dos melhores livros de negócio (e de quase tudo) dos últimos 10 anos e vale cada real e centavo investidos.
  20. Empresa que não entende (e não aplica, ou nem pretende aplicar) este conceito está, mais cedo ou mais tarde, condenada à mediocridade. 
Certamente, tem mais...

Edu Lobo


Frase lembrada recentemente pelo Edu Lobo - grande músico brasileiro - em um programa da Globo News com Roberto D'Ávila, e atribuída a um de seus ex-professores na época de estudante de música nos Estados Unidos, lá pelos anos 1960, início dos 1970:

" Para fazer uma coisa realmente boa, você precisa: 1 - uma boa ideia, 2 - não muito tempo"

Transportando para o mundo das marcas, se a Xerox tivesse sido mais atenta a esse lema lá pelo final dos anos 1970, início dos 1980, a sua história poderia ter sido bem diferente. Para melhor, claro.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Clarín

E da série "os símbolos-mais-bacanas-de marca-e-facilmente-reconhecíveis-mesmo-sem-mencionar-o-seu-nome", a hora e vez do Clarín, conglomerado argentino de multimídia e jornalismo.




Telkomsel

Divulgada a pesquisa global denominada "Socially Devoted" - referente ao segundo trimestre de 2014 - da Socialbakers, uma espécie de plataforma de indicadores de marcas e segmentos nas mídias sociais. O objetivo, em última instância, é detectar os players mais engajados no universo online. Em linhas gerais, a empresa considera um mínimo de 65% de taxa de resposta em até 15 horas para considerar uma marca engajada. Ainda é pouco, claro! Segundo o estudo, foram mais de 9 milhões de perguntas às marcas (neste caso, até o primeiro semestre de 2014) e, o mais impressionante, mais de 2 milhões delas ficaram SEM RESPOSTA, indicando que há muito o que evoluir mundo afora.

A rede social Twitter aparece como a líder em perguntas de consumidores (ou potenciais) e, portanto, é a mais utilizada pelas marcas, à frente do Facebook. À propósito, curioso esse viés mais corporativo do Twitter, pelo menos no que se refere às interações "consumidor-marca". Ponto a ser melhor analisado. Partindo, então, do Twitter para uma breve análise desse estudo, podemos levantar algumas reflexões interessantes: considerando o número absoluto de perguntas versus as taxas de resposta dos segmentos avaliados, vemos potencial de melhoria, especialmente, nas indústrias de telecom, eletro-eletrônicos, e-commerce e varejo. Este, foram 175.887 perguntas e apenas 75.676 respostas. Uma taxa pífia de pouco mais de 43% sobre o total. Isto em nível global. Não admira se, no Brasil, este índice for ainda menor...

Quanto às marcas, a surpresa foi a ausência de empresas genuinamente norte-americanas entre as "Top 10". Em particular a Zappos, sempre cultuada pelo seu atendimento normalmente não menos do que espetacular. Especulo que, ou tenham piorado o seu atendimento de uns anos para cá (embora ache difícil pelo perfil de seu CEO, Tony Hsieh) ou, simplesmente, continuam alocando as suas principais fichas em canais mais tradicionais, como o velho e bom telefone (sem roteiros engessados e/ou gravações de "robôs-humanos" estúpidas, obviamente). Nisso, já sabemos que eles são muito bons mesmo mas, de qualquer forma, não se pode ignorar ou negligenciar as mídias sociais em nosso contexto atual. Em suma, são excelentes oportunidades para exercitar o branding da marca. Nenhuma surpresa, porém, foi a ausência de marcas brasileiras na lista das mais destacadas. É claramente perceptível que o conceito de um SAC - ou coisa do gênero - que incorpore e explore adequadamente as mídias sociais por aqui ainda engatinha, com as raras exceções de sempre, claro. No Brasil, aliás, a líder nesse levantamento é o Ponto Frio.


Agora, destaque mesmo é para a campeã mundial do quesito "atenciosa" no Twitter: Telkomsel. Uma empresa de telecomunicações que vem da Indonésia e que foi fundada em 1995. Sim, uma marca jovem, pouco conhecida (por enquanto) e de um país emergente...dando show de atenção pára com os "fregueses". Foram mais de 24 mil respostas e interações em 90 dias (se contarmos um atendimento ininterrupto). Algo, portanto, pouco provável para um estagiário de multi-atribuições dar conta no final do dia. Há, evidentemente, uma arcabouço estratégico e uma estrutura adequada por trás disso.

E falamos apenas de respostas à perguntas, ou seja, o básico do básico, e qualquer coisa menos que 100% (mesmo com uma base grande de perguntas) já soaria estranho e seria passível de questionamento. Outras possibilidades mais sofisticadas nas mídias sociais como produção de conteúdo, entretenimento, pesquisas de mercado, inovação aberta, storytelling, e por aí...parecem então, como alvo a ser devidamente difundido, muito longe no horizonte. 

Numa era em que relacionamento e experiência com clientes - numa extensão à estratégia de branding da marca - contam muitos pontos, é atualmente imperativo que as empresas de juízo se atentem e invistam no mantra espalhado por Erik Qualman em seu Socialnomics, sobre os papeis das marcas nas mídias sociais: "Ouça-Interaja-Reaja-Engaje-Venda".

Abaixo o link com a pesquisa da Socialbakers: