Divulgada a pesquisa global denominada "Socially Devoted" - referente ao segundo trimestre de 2014 - da Socialbakers, uma espécie de plataforma de indicadores de marcas e segmentos nas mídias sociais. O objetivo, em última instância, é detectar os players mais engajados no universo online. Em linhas gerais, a empresa considera um mínimo de 65% de taxa de resposta em até 15 horas para considerar uma marca engajada. Ainda é pouco, claro! Segundo o estudo, foram mais de 9 milhões de perguntas às marcas (neste caso, até o primeiro semestre de 2014) e, o mais impressionante, mais de 2 milhões delas ficaram SEM RESPOSTA, indicando que há muito o que evoluir mundo afora.
A rede social Twitter aparece como a líder em perguntas de consumidores (ou potenciais) e, portanto, é a mais utilizada pelas marcas, à frente do Facebook. À propósito, curioso esse viés mais corporativo do Twitter, pelo menos no que se refere às interações "consumidor-marca". Ponto a ser melhor analisado. Partindo, então, do Twitter para uma breve análise desse estudo, podemos levantar algumas reflexões interessantes: considerando o número absoluto de perguntas versus as taxas de resposta dos segmentos avaliados, vemos potencial de melhoria, especialmente, nas indústrias de telecom, eletro-eletrônicos, e-commerce e varejo. Este, foram 175.887 perguntas e apenas 75.676 respostas. Uma taxa pífia de pouco mais de 43% sobre o total. Isto em nível global. Não admira se, no Brasil, este índice for ainda menor...
Quanto às marcas, a surpresa foi a ausência de empresas genuinamente norte-americanas entre as "Top 10". Em particular a Zappos, sempre cultuada pelo seu atendimento normalmente não menos do que espetacular. Especulo que, ou tenham piorado o seu atendimento de uns anos para cá (embora ache difícil pelo perfil de seu CEO, Tony Hsieh) ou, simplesmente, continuam alocando as suas principais fichas em canais mais tradicionais, como o velho e bom telefone (sem roteiros engessados e/ou gravações de "robôs-humanos" estúpidas, obviamente). Nisso, já sabemos que eles são muito bons mesmo mas, de qualquer forma, não se pode ignorar ou negligenciar as mídias sociais em nosso contexto atual. Em suma, são excelentes oportunidades para exercitar o branding da marca. Nenhuma surpresa, porém, foi a ausência de marcas brasileiras na lista das mais destacadas. É claramente perceptível que o conceito de um SAC - ou coisa do gênero - que incorpore e explore adequadamente as mídias sociais por aqui ainda engatinha, com as raras exceções de sempre, claro. No Brasil, aliás, a líder nesse levantamento é o Ponto Frio.
Agora, destaque mesmo é para a campeã mundial do quesito "atenciosa" no Twitter: Telkomsel. Uma empresa de telecomunicações que vem da Indonésia e que foi fundada em 1995. Sim, uma marca jovem, pouco conhecida (por enquanto) e de um país emergente...dando show de atenção pára com os "fregueses". Foram mais de 24 mil respostas e interações em 90 dias (se contarmos um atendimento ininterrupto). Algo, portanto, pouco provável para um estagiário de multi-atribuições dar conta no final do dia. Há, evidentemente, uma arcabouço estratégico e uma estrutura adequada por trás disso.
E falamos apenas de respostas à perguntas, ou seja, o básico do básico, e qualquer coisa menos que 100% (mesmo com uma base grande de perguntas) já soaria estranho e seria passível de questionamento. Outras possibilidades mais sofisticadas nas mídias sociais como produção de conteúdo, entretenimento, pesquisas de mercado, inovação aberta, storytelling, e por aí...parecem então, como alvo a ser devidamente difundido, muito longe no horizonte.
Numa era em que relacionamento e experiência com clientes - numa extensão à estratégia de branding da marca - contam muitos pontos, é atualmente imperativo que as empresas de juízo se atentem e invistam no mantra espalhado por Erik Qualman em seu Socialnomics, sobre os papeis das marcas nas mídias sociais: "Ouça-Interaja-Reaja-Engaje-Venda".
Abaixo o link com a pesquisa da Socialbakers: