Quando uma marca decide patrocinar um piloto de automobilismo, um clube de futebol, uma peça de teatro, um documentário sobre meio-ambiente, um livro de fotografias sobre uma tribo indígena, um quadro social em um programa popular de televisão ou uma cena com a protagonista da novela, ela tem somente um objetivo: associar a sua marca à alguns atributos do patrocinado. Em outras palavras, comunicar à sociedade que a marca comunga de princípios comuns com o beneficiário do patrocínio.
Quando a Nissan percebeu que alguns dos seus valores estavam distantes do Clube de Regatas Vasco da Gama, tomou a decisão correta: cancelou rapidamente o patrocínio que mantinha com o clube carioca. De forma alguma, gostaria de ver a sua logomarca envolvida à atos de violência e selvageria praticadas pelos torcedores organizados do Vasco e, pior, com fortes suspeitas de serem sustentados pelos dirigentes do clube. O que a Nissan pretendia, imagino eu, era vincular a sua marca a um clube tradicional e extremamente popular no Brasil, com um histórico de muitas conquistas esportivas (não só no futebol) e conhecido, desde os seus primórdios, por abrigar gente de todas as raças e cores. Talvez o primeiro clube verdadeiramente democrático do Brasil. Mas de alguns anos para cá, parece que a diretoria do Vasco se perdeu e, com isso, perde também grandes oportunidades de desenvolvimento sustentável do clube. Fica aí o exemplo de como as marcas devem ser inflexíveis no respeito e no cumprimento total do seu conjunto de princípios. Estes não devem ficar somente enfeitando as paredes da recepção. Devem ser exercitados na prática. Parabéns à Nissan!