quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Tussen

Embalagem veste o produto. Sim, é quase um clichê. Mas faz sentido. Um vestido tem o poder de realçar ou de atenuar a beleza de uma mulher. Tenho a impressão de que, no Brasil, o estudo e o desenvolvimento de embalagens competentes ainda tem um longo caminho a ser percorrido. Com raras exceções, as nossas embalagens ainda são bastante precárias. O tema parece relativamente simples, mas não é: envolve design, praticidade, uso adequado das cores, alinhamento ao conceito proposto para o produto, impacto nos pontos-de-venda, etc. Até aromas artificiais podem ser explorados. Mas o fato é que, quando bem conduzida, a construção de uma embalagem tende a ser um grande diferencial para o produto. Neste caso, uma cerveja premium belga, chamada Tussen. Foi, podemos assim dizer, um projeto de arquitetura. Espaço para 4 garrafas médias para consumo individual, mas reunidas em um só pack para estimular o conceito proposto de confraternização entre amigos. Alça para facilitar o transporte e a cobertura de couro para associá-la à característica premium da cerveja. Combinação feliz entre as (poucas) cores e sintonia equilibrada em suas dosagens para criar uma identidade visual única. Gravação personalizada da marca no vidro do produto visando reforçar a distinção com as demais marcas (e, claro, fazer a alegria dos colecionadores). Além do detalhe incrível do "T" em vermelho na tampa, gravado em relevo. Se é que é possível, trata-se, ao mesmo tempo, de uma embalagem marcante e discreta. Milagres da ciência da embalagem. Mesmo quem não aprecie cervejas, dá vontade de comprar, nem que seja somente para presentear alguém que aprecie.