quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Top of Mind 2013


Organizada pela Folha de SP, pesquisa relata as marcas mais lembradas por categoria, além da cobiçada "Top of Top" (as mais lembradas independente da categoria). Nenhuma grande novidade, ao não ser a ausência da Apple em categorias como "Comunicação" e "Tecnologia". Realmente, a Samsung está fazendo um estrago enorme. O único antídoto contra isso chama-se Inovação Constante baseada na essência da marca (no caso da Apple, amigabilidade, design, tecnologia de ponta e um certo charme de rebeldia). Mas parece que a maçã do Vale do Silício anda pendendo fôlego nesse quesito. Uma pena para um Apple Fan. Confiram a lista completa no link abaixo...

http://www.meioemensagem.com.br/home/marketing/noticias/2013/10/30/O-penta-do-Top-of-Mind-2013.html

Fonte: Meio e Mensagem

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Telhanorte Experience

Louvável a iniciativa da Telhanorte em desenvolver um projeto para estimular maior interação e envolvimento dos clientes/consumidores em suas lojas. Por meio de games e quiz, os compradores interagem com várias marcas presentes nessa campanha. Em um segmento (varejo de material de construção) no qual a compra é normalmente técnica e, mais por necessidade do que por impulso, ações inovadoras como essa em trade marketing tende a diferenciar mais nitidamente a marca dos seus concorrentes. E, claro, as chances de maior fidelização e lealdade dos clientes são maiores "só" pelo fato de ir além da mesmice do enxame de produtos e ofertas, merchandising e vendedores (consultores) nem sempre suficientemente atenciosos e preparados. Só não curto muito mesmo o atual slogan da Telhanorte: "Você feliz é o nosso forte". Parece-me meio vago e falso. Gosto de slogans mais autênticos e diretos. Mas aí é outra história....


Fonte: Mundo do Marketing

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Ligações Secretas

Samsung e Mini se uniram em uma ação de "co-branding" para uma campanha promocional utilizando as redes sociais como ferramentas de divulgação. Bacana para nos alertar que simplicidade, prêmios atraentes, formas criativas de envolver/sensibilizar os consumidores e meios de comunicação antenados com o público-alvo são as melhores estratégias para realizar uma campanha promocional competente. Criação da Agência Tudo. Confiram no link abaixo.







quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Muito muito pouco

Letra do recém-lançado single "Muito muito pouco" do grande poeta e músico Arnaldo Antunes. O que eu mais admiro no ex-Titã é a sua capacidade de dizer muito escrevendo muito, muito pouco. É auto-explicativa, sem mais comentários:


tem muito carro e muito pouco chão
tem muita gente e muito pouco pão
tem muito papo e muito pouca ação
muito parente e muito pouco irmão

e então?
o que vamos fazer então
com mais um milhão?
e depois?
o que vamos fazer depois
com um grão de arroz?

tem muito pouca dúvida e muita razão
tem muito pouca ideia e muita opinião
muita pornografia e muito pouco tesão
muita cerimônia e muito pouca educação

e então?
o que vamos fazer então
com mais um milhão?
e depois?
o que vamos fazer depois
com um grão de arroz?

tem muito pouca dúvida e muita razão
tem muito pouca ideia e muita opinião
muita pornografia e muito pouco tesão
muita cerimônia e muito pouca educação
tem muito carro e muito pouco chão
tem muito dente e muito pouco pão
tem muito papo e muito pouca ação
muito pouca gente e muita multidão

e então?
e depois?

Tussen

Embalagem veste o produto. Sim, é quase um clichê. Mas faz sentido. Um vestido tem o poder de realçar ou de atenuar a beleza de uma mulher. Tenho a impressão de que, no Brasil, o estudo e o desenvolvimento de embalagens competentes ainda tem um longo caminho a ser percorrido. Com raras exceções, as nossas embalagens ainda são bastante precárias. O tema parece relativamente simples, mas não é: envolve design, praticidade, uso adequado das cores, alinhamento ao conceito proposto para o produto, impacto nos pontos-de-venda, etc. Até aromas artificiais podem ser explorados. Mas o fato é que, quando bem conduzida, a construção de uma embalagem tende a ser um grande diferencial para o produto. Neste caso, uma cerveja premium belga, chamada Tussen. Foi, podemos assim dizer, um projeto de arquitetura. Espaço para 4 garrafas médias para consumo individual, mas reunidas em um só pack para estimular o conceito proposto de confraternização entre amigos. Alça para facilitar o transporte e a cobertura de couro para associá-la à característica premium da cerveja. Combinação feliz entre as (poucas) cores e sintonia equilibrada em suas dosagens para criar uma identidade visual única. Gravação personalizada da marca no vidro do produto visando reforçar a distinção com as demais marcas (e, claro, fazer a alegria dos colecionadores). Além do detalhe incrível do "T" em vermelho na tampa, gravado em relevo. Se é que é possível, trata-se, ao mesmo tempo, de uma embalagem marcante e discreta. Milagres da ciência da embalagem. Mesmo quem não aprecie cervejas, dá vontade de comprar, nem que seja somente para presentear alguém que aprecie.





Tempos Modernos

Ao ler a reportagem no link abaixo, lembrei de uma antiga canção doLulu Santos, na qual ele dizia em uma das estrofes: "Eu vejo um novo começo de era, de gente fina, elegante e sincera, com habilidade pra dizer mais sim do que não". OK, pode ser ingenuidade e utopia demais imaginar que estamos vivendo esse novo "começo de era". Mas pelo menos há, digamos, uma certa esperança na humanidade. Já é alguma coisa.
E concordo com algumas especulações levantadas na matéria para tentar justificar essas atitudes. Talvez seja bondade por bondade mesmo. Ou somente uma tentativa de válvula de escape à tantas barbaridades e descalabros que vemos por aí, minando a motivação e a energia das pessoas. Uma espécie de resposta silenciosa, sem qualquer interesse extra. No minimo, deixa-as mais confortáveis por dentro mas, sei lá, acredito também que o universo conspira a favor. Mais cedo ou mais tarde, receberão recompensas divinas. Não que façam pensando nisso. Não acredito. Costumo acreditar nas pessoas (às vezes, me decepciono, claro, mas faz parte do jogo). Importante refletir também que talvez que seja um pouco disso que as pessoas esperam das marcas, sejam elas públicas ou privadas. Ou seja, menos egoísmo, menos enganação, menos publicidade, menos lucro pelo lucro, entre outros "menos". E mais autenticidade, mais transparência, mais respeito, mais ajuda, entre outros "mais". Enfim, marcas inseridas até o pescoço no contexto da sociedade procurando, sim, satisfazer as necessidades dos seus stakeholders, mas também retribuindo a confiança da população. Por isso que conceitos como Marketing Social e Marketing Ambiental não são conversas de "eco-chatos", mas estratégias inteligentes para obter o reconhecimento e o apoio, no médio e longo prazos, de uma sociedade que tolera cada vez menos pensamentos e ações que visam o próprio umbigo. Portanto, uma questão de sobrevivência saudável.

http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,seu-hamburguer-ja-foi-pago-,1088589,0.htm

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Co-Branding

Em linhas gerais, consiste em ações conjuntas entre marcas de distintos segmentos, mas que compartilham filosofias (essência) similares. Um vasto campo ainda a ser explorado pelas marcas mais antenadas e inteligentes. Neste caso, exemplo de comunicação envolvendo Nike e Apple. Inovação e pensamento "fora da caixa" costumam funcionar bem. Confiram!


domingo, 13 de outubro de 2013

Propaganda X Consumidor

A legenda está em espanhol, mas mensagem é perfeitamente compreensível. Trata-se de um vídeo bem curtinho, bem-humorado e bastante ilustrativo sobre as relações (e a falta de sintonia) entre a propaganda convencional e os consumidores. Em resumo: faltam autenticidade e emoção! Vale a pena conferir!

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Sustentabilidade e Branding: Masisa

Começarei a publicar alguns exemplos de empresas que encaram a sustentabilidade, social ou ambiental, de forma séria, estratégica e viabilizada por meio de um sólido programa de ações no curto, médio e longo prazos. Esses investimentos tendem a ser recompensados pelos chamados "stakeholders", cada vez mais críticos e atentos no que diz respeito às práticas e ao papel das organizações na sociedade, sejam elas públicas ou privadas. A Masisa, por exemplo, é a primeira empresa do segmento de painéis de madeira a receber a certificação de Rótulo Ecológico, emitida pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Esse certificado diz, segundo explica nota da revista Exame, o quanto o produto emite de "formaldeído", uma substância tóxica. A Masisa resolveu ser ainda mais incisiva na estratégia e seguiu o padrão europeu (o mais severo), no qual permite menos de 8mg da substância por 100g do produto. No Brasil, a legislação fala de até 30mg. Se considerarmos que, em linhas gerais, o branding é a "materialização" da essência de uma marca e que essa essência é expressa pelo seu conjunto de missão, visão e valores, ficamos satisfeitos ao constatar que, mesmo à priori, e por meio de um olhar superficial externo, a Masisa vem se esforçando para ser o que se propôs a ser. À propósito, diretamente do site da empresa, a essência de sua declaração para com o comprometimento com o Desenvolvimento Sustentável: "A Masisa se compromete a administrar seus negócios de maneira sustentável, procurando maximizar os resultados financeiros, sociais e ambientais de suas operações." O cumprimento das promessas feitas pela marca garante benefícios à todos os envolvidos. Portanto, vale o investimento.


domingo, 6 de outubro de 2013

Gary Hamel

Gary Hamel é um renomado consultor em inovação na área de gestão. Segundo ele, esta vem na frente, inclusive, da inovação nos modelos de negócios (potencialmente mais fáceis de serem copiados ou suplantados). Suas teorias dariam discussões acaloradas pelo poder de revolução que gerariam. Seu famoso livro "O Futuro da Administração" é uma obra consagrada na área e fundamenta bem o que ele prega. Independentemente da sua proximidade com a linha de pensamento de Hamel, há de concordar que os pontos levantados por ele merecem, no mínimo, uma reflexão e pesquisas cuidadosas. O vídeo abaixo é uma pequena amostra do seu perfil. Vale também (e muito) pelo material INCRÍVEL de apresentação (e a sua animação em completa sintonia com o palestrante) que está no plano de fundo do palco. É quase um cenário! E enriquece muito todo o contexto. Ainda vou descobrir qual a ferramenta por trás disso...rs

   

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Nike X Adidas

Também direto do "túnel do tempo", essa propaganda deixa bem claro o posicionamento da Nike ao entrar para valer no gigantesco mercado do Futebol. A declaração de guerra a um "inimigo" e a associação da sua imagem à grandes craques da época ressaltam, ao mesmo tempo, os sentimentos de rebeldia, coragem e qualidade no que se propõe a fazer. Independente do gosto "estético" da produção, deixou o seu recado. E angariou a simpatia instantânea de milhares de consumidores. Sem precisar tocar em aspectos técnicos dos produtos nem recorrer à, muitas vezes, enfadonhas e frias locuções. Trata-se, sem dúvida, de um exemplo bem-sucedido de ferramenta de marketing a serviço da estratégia de branding.



quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Artigo: Incerteza é a Única Certeza



Se pudéssemos fincar um ponto de partida na história da humanidade para entender melhor o mundo em que vivemos e (por que não?), ansiar, pelo menos, não ficar tão surpresos com o que está por vir, talvez a melhor escolha seja a Revolução Industrial, gerida e desenvolvida pelo Inglaterra entre o final do século XVIII e a primeira metade do século XIX. Para se ater aos propósitos e aos limites deste artigo, basta dizer que a transição dos métodos de produção artesanal para os processos que culminaram com a produtividade em alta escala, por meio de inovações em áreas como energia, máquinas e ferramentas, proporcionou um crescimento sustentado de renda e crescente conforto à parcelas cada vez mais representativas da população, além de acelerar substancialmente a espiral do comércio global. Arrisco a dizer que, ao lado da massificação do uso para fins industriais e residenciais da eletricidade no final do século XIX, os dois avanços foram, de longe, os mais importantes da história da humanidade. E serviram para pavimentar e viabilizar a era da globalização, da informação e do conhecimento em que testemunhamos atualmente. O próprio sistema capitalista moderno, inclusive, deve grande parte de sua origem àquele ambiente efervescente. E, por mais que, em tom irônico, Churchill tenha afirmado que “O Capitalismo é pior dos sistemas econômicos, exceto todos os outros”, não há dúvidas de que o melhor caminho é sempre aperfeiçoá-lo, e não eliminá-lo. Os seus efeitos colaterais (para não dizer, perversos) como a desigualdade, a corrupção, a inversão de valores, a ambição desmedida, entre outros, são aqui devidamente lembrados, mas mereceriam espaços dedicados. Retomando, o fato é que todos esses importantes avanços desaguam, a partir da segunda metade do século XX – tal qual um sinuoso, longo e calmo riacho encontrando um caldeirão de gigantescas e torrentes de águas violentas – em um processo tão dinâmico, veloz e complexo, que não há termos de comparação nem precedentes na história da humanidade.

As cartas foram tiradas da mesa. Começou um novo jogo. Um jogo onde o poder é mais nivelado. Um jogo onde há novos atores de relevância global. Não me refiro somente à China, Índia, Rússia e Brasil. Incluem-se África do Sul, México, Indonésia, Coréia do Sul, Turquia, entre outros. E por mais contraditório e paradoxo que seja (e o é), o mundo vem ignorando cada vez mais as fronteiras nacionais. Mas quem disse que o mundo é coerente e tem sentido?  Voltando ao jogo: um mundo onde há menos lealdade dos consumidores às marcas, aos políticos e até mesmo às crenças. Um mundo onde, com o advento da Internet, há muito mais opções para se expressar, sem dependência de patrocínios ou intermediários. Direto. Basta vontade e disposição. Um mundo onde as relações estão ficando mais virtuais, independentemente do julgamento que se faça disso. Argumentos prós e contras sempre hão de existir, mas é fato. Um mundo onde paradigmas são constantemente quebrados e novos modelos surgem para substituí-los. Um mundo onde o pequeno pode vencer o grande. Um mundo onde o Google vira verbo e nos socorre para organizar, minimamente que seja, a enchente de dados que circulam na rede. Um mundo onde, no passado, o rádio demorava treze anos para alcançar uma audiência de cinquenta milhões de pessoas. O Facebook demorou dois. O idioma inglês tem, atualmente, cinco vezes mais palavras e expressões do que o da época de Shakespeare. São mais de quinhentos milhões de endereços de sites e blogs na internet, mais de três vezes superior do que em 2007. Apenas seis anos! E o aprendizado vem perdendo validade numa proporção assustadora. Estudo, para o ajuizado, não tem fim. Um mundo, enfim, onde o seu pleno entendimento esteja acima da nossa capacidade de compreensão.

Numa brincadeira quase infantil de “mais ou menos” com o mundo, tentando (inutilmente, eu já sei!) rotulá-lo, poderíamos começar com o primeiro: mais homogêneo, mais confortável, mais poluído, mais intangível, mais acessível, mais democrático, mais chinês, mais culto, mais tecnológico, mais longevo, mais minorias, mais corrupto, mais instável, mais rápido, mais feliz. No segundo, arriscaríamos: menos previsível, menos fronteiras, menos estático, menos controlável, menos paciente, menos fiel, menos americano, menos recursos, menos coerente, menos feliz. Talvez o ideal fosse mesmo retirar os advérbios e batizar o planeta azul de, simplesmente, complexo. Ou, clamando para um sentimento menor de culpa, poderíamos nos apoiar em um renomado economista brasileiro ou em um atribulado poeta alemão. Do brasileiro André Lara Resende: “A verdadeira reflexão jamais será capaz de nos dar uma certeza”. Do alemão Henry Charles Bukowski: “O problema do mundo de hoje é que as pessoas inteligentes estão cheias de dúvidas e as pessoas idiotas estão cheias de certezas.” Mas, diante dessa impossibilidade, podemos, ao menos, exercitar alguns ensaios para futuros pensamentos e discussões. Grosseiramente, e somente para efeito de provocações, vamos combinar de “passado” a era pré-internet. Assim, no passado, tínhamos um mundo com acesso mais difícil às informações, a velocidade das mudanças era mais lenta, havia pouca interação entre instituições e público, havia menos ofertas de marcas, as profissões eram mais bem delimitadas e conhecidas, os mercados eram mais regionalizados, as pessoas tinham menos oportunidades para se expressar, as relações eram menos duráveis e leais, o tangível era o mais importante, o discurso corporativo era quase monotemático (lucro), segregar ao invés de agregar, adjetivo ao invés de substantivo, marketing ao invés de branding. Para imaginar o hoje e tentar vislumbrar o que seria mais prudente nos concentrar no futuro, talvez tivéssemos que inverter essas últimas linhas. As novas tecnologias de informação e a profusão dos gadgets aceleraram, de forma alucinante, o acesso às informações, interatividade e opiniões entre as pessoas.

Os consumidores ganharam poder! Ponto interessante também é o surgimento de novas profissões e o completo desaparecimento de outras. Resultados, como já sabemos, de toda a transformação tecnológica e inovadora iniciada no século XVIII e turbinada no final do século XX, com a popularização da Internet. São novas funções ou mesmo novas roupagens sobre as antigas que possibilitaram o aparecimento de Engenheiros Ambientais, Analista de SEO, Detetives Virtuais ou Diretores de Branding. Mas, atualmente, o prazo de validade do conhecimento e das ocupações é incerto. Pode ser desconfortável para alguns, mas é uma característica dos nossos tempos. A incerteza é a única certeza! E ressalta-se, à tempo, fenômeno recente que desafia os gestores educacionais:  A Sociedade está andando à frente da Academia. A verdade é que as universidades, e a maioria das empresas, não estão preparadas para resolver grandes e urgentes problemas da humanidade, causando extrema insegurança.  Segundo o Nobel de Química, o falecido Alan MacDiarmid, os grandes desafios se concentrarão em dez tópicos: Energia, Água, Meio-Ambiente, Pobreza, População, Doenças, Democracia, Educação, Terrorismo e Alimentos. Como as universidades (e seus cientistas) estão se preparando para eles? E as empresas e as suas marcas? Quais contribuições essas instituições poderiam oferecer à sociedade? Não menos importante é o desafio para a sociedade compreender o ser humano como um ser híbrido de razão e emoção. Quem nos alertou e iniciou a sua pregação foi o filósofo Rudolf Steiner, fundador da teoria da Antroposofia. Neste pequeno espaço, é útil revisar rapidamente os períodos em que os nossos antepassados lideraram ou foram vítimas das tentativas infrutíferas de separação entre a razão e a emoção. Em linhas gerais, durante mil anos, na chamada “Antiguidade”, teve em Platão e em Aristóteles os seus maiores expoentes. Nitidamente predominou a razão, por meio da supremacia da Física e da Matemática sobre as demais ciências. Na Idade Média, a emoção virou o jogo com o fortalecimento da religião e das artes. São os tempos da Inquisição e a da influência marcante no Estado pela Igreja. 

Não que não existam exemplos e movimentos que contradizem essas premissas (Iluminismo no século XVIII é um deles), mas estamos falando aqui do incômodo de vários setores da sociedade, ao longo da história, no sentido de aceitar e da conviver em paz com ambas as correntes. Essa era a luta de Steiner e parece-nos que hoje lhe faz justiça. Mas porque estamos aqui repassando esse dilema? O objetivo é lembrar que as escolhas, atitudes e preferências das pessoas, mesmo que muitas vezes de forma inconsciente, levam em conta razão e emoção, entrelaçadas. Que lições as gestões públicas, privadas e suas marcas podem tirar dessa tendência? Caberia um novo artigo. Outro ator que ganha importância é o “Poder Brando” ou, em outras palavras, a capacidade de um povo, instituição ou marca influenciar, comandar e liderar, disseminando a sua cultura, princípios, jeito de ser, história, coerência, etc. Razão e emoção de novo, aqui, ganham contornos decisivos. A questão é: você pode até estar certo, mas como serei envolvido nessa atmosfera? Desnecessário dizer que alguns valores universais não são um conjunto de letras e palavras para preencher placas em salas de empresas públicas ou privadas. Preservação do meio-ambiente, responsabilidade social, governança corporativa, respeito às pessoas, éticas nas práticas comerciais e trabalhistas, são a base para uma relação duradoura e sadia da instituição com a sociedade. Lucro por lucro não será mais tolerado. Não se trata de uma conversa de “ecochato”, mas uma questão de sobrevivência corporativa. Ou você diz claramente a que veio, apresente uma personalidade distinta e envolvente, prometa o que cumpre e respeite as regras de convivência universais, ou o seu vôo será de galinha. Além do lucro pelo lucro, o mundo tolera também cada vez menos abusos contra a humanidade e os seus recursos. Podemos dar um nome a este conceito? Acredito que sim. Eu arriscaria Branding. Caminhando para as conclusões, podemos elencar que a mente humana está sobrecarregada e possui limitações para absorver e reter informações de forma simultânea. Hoje temos muito mais opções de marcas, produtos, mídias, livros, sites, blogs, autores e expressões culturais. Há excesso de propaganda e publicidade. O verdadeiro dilema é sincronizar a velocidade das inovações com a capacidade de absorvê-las pelos seres humanos. Este é um jogo perdido. Estamos sempre (e cada vez mais) atrás. Por isso, a forte suspeita de que o nosso cérebro usa uma espécie de “filtro natural” para selecionar as informações, conteúdos e propostas de acordo com as nossas necessidades, lembranças e circunstâncias, parece fazer sentido. Por outro lado, temos expectativas à cumprir no nosso trabalho, na nossa família, com os nossos amigos e, sim, à nós mesmos. O tempo é escasso. Não damos conta de tudo. Parece que estamos sempre atrasados. Assim, precisamos urgentemente de instituições e marcas que nos digam, rapidamente, porque vieram ao mundo. O que pensam? O que se propõe a fazer? Quais são os seus princípios inegociáveis? Quais são os seus diferenciais? Não temos tempo a perder. Por fim, alguém com reputação globalmente consagrada para enriquecer essas pequenas reflexões. Com a palavra, o Sr. Kofi Annan, ex-Secretário-Geral na ONU e Nobel da Paz em 2001, em seu discurso no Fórum das Américas no Equador em março de 2001:

“Senhoras e Senhores, a tecnologia da informação conferiu à sociedade civil mais poder para se tornar a verdadeira guardiã da democracia e da governabilidade em toda parte. Os opressores não podem mais se esconder nos limites de suas fronteiras. Uma sociedade civil fortalecida, unida através de todas fronteiras com a ajuda das comunicações modernas, não lhes permitirá fazê-lo. De certo modo, a sociedade civil tornou-se a nova superpotência - pessoas determinadas a promover melhores padrões de vida numa liberdade mais ampla. Cada movimento começa em algum lugar - usualmente da ruptura. Não existem limites ao que pode ser alcançado pelas campanhas de amanhã - campanhas ainda não concebidas, para causas ainda não articuladas, defendidas por corações e mentes ainda em formação. E freqüentemente bastam aquelas mentes únicas acreditarem que suas missões são as mais importantes, e também serão provavelmente capazes de torná-las as mais bem sucedidas.”