sábado, 29 de abril de 2017

Patagonia

Entrevista prá lá de inspiradora concedida por Rose Marcario, CEO da marca norte-americana Patagonia, especializada em artigos esportivos.

Ela destrincha a filosofia da empresa na qual, em linhas gerais, busca o lucro por meio de bons produtos, incentivo ao consumo responsável, respeito ao meio-ambiente e moralidade. Tudo bem amarrado entre os stakeholders da empresa. A excelência no atendimento é o tempero da estratégia.

O que está por trás disso, em última instância, é a expectativa cada vez maior das diversas sociedades - por todo o planeta -, no sentido de contar com empresas cidadãs como players importantes para ajudar a melhorar o mundo. Enfim, preocupadas também com as questões que afligem a todos nós.   

O raciocínio: consumidores mais conscientes e exigentes, preferem marcas mais responsáveis e éticas. Estas, portanto, tendem a se destacar, vindo de carona as suas respectivas (e crescentes) lucratividades. Como afirmou Marcario, a Patagonia tem usufruído bastante desta lógica.

Evidentemente, a sensibilidade das pessoas varia de acordo com o segmento, natureza do negócio e o produto em si. Certamente, um fabricante de borrachinhas para portas automotivas gera uma percepção menor de cidadania do que uma marca de roupas esportivas, em função dos graus distintos de visibilidade no mercado. Entretanto, isto não é motivo para não trilhar o caminho de empresa-cidadã. Mais cedo ou mais tarde, dependendo dos esforços de comunicação publicitária e ações concretas da organização, e da própria evolução da consciência das pessoas, todas as empresas também serão julgadas por este prisma.

E tem ainda um outro efeito positivo: tal postura ajuda a atrair os mais talentosos para essas instituições.

Em suma, é branding na veia, ao seguir aquilo a que se propõe fazer. 

Não é poesia. Não é quadrinho na parede. É uma questão de business.