Dia desses, tive acesso a um case delicioso sobre uma investida malsucedida da norte-americana Hallmark na França, no inicio dos anos 2000. Ele ilustra bem a necessidade de um cuidadoso planejamento antes de alocar marcas mundo afora. É o tal do "reconhecimento de culturas alheias" e do "foco do cliente", tal...sem a menor intenção de ser pejorativo. Pelo contrário...
Atuante no chamado segmento de "cartões de expressão social" - ou cartões comemorativos para aniversários, casamentos e demais ocasiões especiais -, a marca centenária tentou, no piloto automático, implementar o seu já testado e aprovado modelo de negócio baseado em expressões pré-produzidas, no território francês.
Assim, um dos seus grandes benefícios - não precisar pensar para escrever - cairia como uma luva na França. Certo? Errado! Faltou combinar com o francês. De cara, ele já recebeu de nariz torto as propostas (de gostos duvidosos) de frases e poemas dos cartões. Depois - e mais relevante - ele gostaria de passar pelo ritual de escrever de próprio punho as declarações para os seus homenageados, do fundo da sua alma carregada de latinidade.
Detalhes da Antropologia Cultural que fizeram toda a diferença para o fiasco da marca na terra de Victor Hugo.