domingo, 27 de março de 2016

Fender


Em tempos de passagens por aqui de bandas mundialmente relevantes de Hard Rock e Heavy Metal (como Rolling Stones e Iron Maiden), a lembrança de um exemplo que voltou a beber na essência da sua marca e conseguiu sair da penumbra. Sim, a grande Fender que, dentre vários modelos, continua com a sua lendária Stratocaster de tantos célebres guitarristas. 

Pois bem, durante o nefasto período 1965-1985, enquanto pertencia à CBS, a marca gradualmente se afastou das suas origens - que a fizerem objeto de quase idolatrada - e flertou com a queda da qualidade, desprezo pelo craftsmanship, design e versatilidade e, talvez o pior, distanciou-se do seu público-alvo, os guitarristas. Tudo em nome de um duvidoso "choque de gestão", no qual o produto vira vítima e o relacionamento mais próximo com os clientes mera formalidade.

Como Deus é grande e onipotente, a CBS cansou da brincadeira e vendeu a marca para alguns funcionários - inclusive alguns contemporâneos do início da empreitada de Leo Fender, lá pelos anos 1940. Menor, porém então com a volta da legítima alma da Fender, a marca se recuperou e voltou a ser reverenciada pelos seus súditos. 

Branding, no fundo, é tão simples...  

sábado, 19 de março de 2016

Hallmark


Dia desses, tive acesso a um case delicioso sobre uma investida malsucedida da norte-americana Hallmark na França, no inicio dos anos 2000. Ele ilustra bem a necessidade de um cuidadoso planejamento antes de alocar marcas mundo afora. É o tal do "reconhecimento de culturas alheias" e do "foco do cliente", tal...sem a menor intenção de ser pejorativo. Pelo contrário...

Atuante no chamado segmento de "cartões de expressão social" - ou cartões comemorativos para aniversários, casamentos e demais ocasiões especiais -, a marca centenária tentou, no piloto automático, implementar o seu já testado e aprovado modelo de negócio baseado em expressões pré-produzidas, no território francês.  


Assim, um dos seus grandes benefícios - não precisar pensar para escrever - cairia como uma luva na França. Certo? Errado! Faltou combinar com o francês. De cara, ele já recebeu de nariz torto as propostas (de gostos duvidosos) de frases e poemas dos cartões. Depois - e mais relevante - ele gostaria de passar pelo ritual de escrever de próprio punho as declarações para os seus homenageados, do fundo da sua alma carregada de latinidade.

Detalhes da Antropologia Cultural que fizeram toda a diferença para o fiasco da marca na terra de Victor Hugo.

sábado, 12 de março de 2016

Triumph Riding Experience


Recentemente conheci esse projeto por meio de uma conversa com o seu "capitão", no sentido de tentar viabilizar algum tipo de parceria com a Beta do Brasil, uma marca italiana de ferramentas manuais automotivas e industriais (e um dos clientes da Nexxter). 

E, de cara, fiquei encantado com o seu desenho: viagens em grupo em diferentes formatos e para destinos distintos, ofertas de cursos, eventos, palestras e consultorias (como preparar a sua moto para uma longa viagem?), e um quê de conteúdo com acesso à newsletter da marca mediante, claro, um certo enriquecimento do banco dados de clientes com as trocas obrigatórias de nome e e-mail. Justo!
  
E tudo isso com o apoio operacional da empresa (guias, carros para manutenções rápidas, suporte logístico, etc.). Destaca-se também a escolha de um conjunto de divulgação e contatos próprios para o projeto. Assim, ele ganha um status de vida própria, que veio para ficar, uma decisão consciente da marca. Enfim, é a aplicação eficiente de um conceito mais do válido para o marketing moderno:

De uma maneira simples, elegante e competente, aproximar o público-alvo para uma vivência prazerosa com a essência da marca. Como já foi dito aqui, o resto vem de carona. 

Vale a pena conferir:

sábado, 5 de março de 2016

Ambev

#naoficoparado

Este é o mote da mais nova campanha (social) da Ambev.

Mais do que uma iniciativa puramente caridosa, a marca soube surfar na onda de uma das maiores preocupações sociais do momento: a guerra contra a proliferação do mosquito Aedes Aegypti, transmissor dos vírus da Zika e da Dengue.

Por meio de um mutirão envolvendo todos os seus funcionários, a empresa chega até as casas das pessoas levando milhões de folhetos e cartazetes didáticos, além de um discurso afiado e motivador. Tudo muito bem coordenado e reforçado com inserções nas mídias sociais, apoio de celebridades, TV aberta (sim, por um momento fomos poupados daquelas peças publicitárias de gostos pra lá de duvidosos...) e com premiações internas.

Sabemos que por trás da cortina, há uma estratégia coerente de Branding: turbinar o lema da marca ("juntos por um mundo melhor") ao aproximá-la das grandes e crescentes expectativas da sociedade, nas quais - em linhas gerais - uma empresa não deve ser apenas uma simples provedora de produtos e/ou serviços, com uma linha lucrativa no final do balanço. Principalmente as grandonas...

Portanto, válida e oportuna esta atitude da Ambev. 

Apenas, de novo, mais do que caridade por si só, é uma questão de business ao destacar uma das promessas da marca.

A Ambev sabe muito bem disso. E isso é bom.

A campanha: