terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Skol




A vida já é bem complicada.

Por quê então algumas pessoas tem uma queda para criar problemas onde antes não existiam?

A estratégia original da mensagem era até admissível ("aceitar os convites da vida e aproveitar os bons momentos..."), apesar de um tanto ufanista, utópica e ingênua (além de, por vezes, perigosa). O contexto era favorável: a despeito de todos os problemas do dia-a-dia, o carnaval é sagrado para boa parte dos brasileiros. Mas a peça publicitária, reproduzida por meio de outdoors na cidade de São Paulo, foi um desastre. E não adianta culpar o destinatário por ter entendido de forma equivocada o sentido primário da comunicação. A responsabilidade - tanto nos méritos quanto nos fracassos - é sempre do emissor. Sempre! Neste caso, portanto, da Skol.

E a incumbência se torna ainda mais acentuada por dois motivos: a relevância da marca envolvida e o estrago potencial que as mídias sociais podem proporcionar, caso algo dê errado. Não que seja fácil comunicar um mote tão subjetivo e abrangente como esse, mas divulgar uma excrescência do tipo "Esqueci o não em casa" e "Topo antes de saber a pergunta" é pedir para a marca derreter em público. O bloco dos arrependidos da Skol iniciou uma ofensiva para retirar as peças, mas já era tarde demais.

Noves fora o gesto mal educado, a provocativa frase complementar, a solução da fita isolante preta e a disposição das "meninas-ativistas" para não deixar tudo isso barato, são iniciativas louváveis para despertar a cidadania das pessoas e para alertar as marcas quanto à observância de seus princípios (e o uso adequado das palavras). Todo cuidado é pouco neste mundo complexo e ultra-conectado.

Deu na exame.com (e em várias outras mídias digitais, é claro...):