domingo, 6 de dezembro de 2015

Amazon


É curioso notar que, por mais que se avance na tecnologia da informação, nos devices e nos apps (e por aí vai...)o ser humano tende a relativizar as suas importâncias no longo prazo.

Mas, de certa forma, é previsível, se lembrarmos que, no final das contas, alguns fatores que compõe a essência das pessoas são imutáveis e nos gritam, mais cedo ou mais tarde.

Afora o deslumbramento pelo "novo", a curva buscará, em geral, um nivelamento, até estabilizar.

Exemplo neste sentido é a recente inauguração da primeira loja física da Amazon, em Seattle, nos Estados Unidos.

A marca nasceu na web, derrubou modelos, mostrou como se faz marketing personalizado, quebrou concorrentes (em geral, pequenas livrarias) e fez história.

But (sempre tem um but...), mesmo que se alegue a queda vertiginosa dos e-books e a desvantagem do fluxo de caixa no sistema físico, o fato é que colocar um pé no concreto vai de encontro ao comportamento natural das pessoas. Vejamos:
  • A vontade de tocar no produto
  • A necessidade de conversar com outras pessoas
  • O ritual prazeroso de descobrir novidades (ou as novidades nos descobrirem...)
  • O hábito delicioso de um break para o café 
  • A experiência de, simplesmente, vivenciar o ambiente da loja 
Antigo, mas eterno.

Tanto é verdade que, os varejistas mais antenados e que nasceram no berço da internet, já fizeram as suas incursões no meio físico, tais como a Oppa (móveis), a Dafiti (moda) e a norte-americana Warby Parker (óculos). 

Portanto, um modelo misto de varejo online e físico é, a princípio, a melhor estratégia para aproveitar as potencialidades de ambos os canais. Sem radicalismos.

Como sempre, a natureza humana é a que dita os caminhos do jogo, conduzindo-nos ao bom senso.

Deu na Folha: